Rio – A estimativa para a safra brasileira de grãos em 2003 é de 122 milhões de toneladas, 25% superior à do ano passado. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quinta-feira seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola referente ao mês de setembro de 2003.
Para o coordenador de agropecuária do IBGE e responsável pelo levantamento, Carlos Alberto Lauria, esta safra é significativa em relação a alguns produtos. No caso do trigo, por exemplo: este ano, considerando-se os dois principais produtores nacionais, Paraná e Rio Grande do Sul, responsáveis pela produção de 90% do País, apresentaram respectivamente aumentos de 82% e 84% , se comparados à quantidade colhida na safra passada.
Com um consumo interno de 11 milhões de toneladas de trigo, o País em 2003 deverá ter uma safra que alcançará as 5,3 milhões de toneladas, contra 2,9 milhões de toneladas de 2002. Na avaliação do coordenador, o aumento na safra pode representar a diminuição de importação do produto, significando ganho para a balança comercial.
Outro produto que poderá ajudar a balança comercial brasileira é a soja que, este ano, terá uma safra 22,6% maior do que a de 2002. “Este é um produto de exportação que poderá nos favorecer. Somos os maiores exportadores de soja do mundo e o segundo produtor do produto.”
Quanto ao milho da 2.ª safra, a produção esperada é de 12,7 milhões de toneladas, a maior já alcançada no País e 105% superior à obtida no ano anterior, de 6,2 milhões de toneladas. “Como é um insumo importante para o consumo de ração animal, o milho pode significar um menor custo de produção para frangos e para suínos?, lembrou o coordenador do IBGE.
Ainda de acordo com Carlos Alberto Lauria, no caso do feijão e do arroz, as safras correspondem ao consumo interno do País, como aconteceu em 2002. Isso significa dizer que não será necessário importar os produtos.