IBGE: automóveis puxam queda da produção em abril

Dois segmentos foram os principais responsáveis pela queda de 2,1% na produção industrial de abril ante março, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Veículos automotores (queda de 2,8%) e máquinas e equipamentos (baixa de 5,4%) foram as grandes influências negativas no índice, graças à queda na produção de automóveis e eletrodomésticos.

Segundo o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo, o recuo é explicado pela desaceleração do ritmo de concessão de crédito, pelo aumento dos juros e pelo maior volume de importações. “No primeiro trimestre do ano, observamos uma diminuição no volume de importações frente ao último trimestre de 2010. Mas em abril houve um movimento contrário e observamos um aumento no volume de importações, o que pode ajudar a explicar a queda na produção do setor de bens de consumo duráveis”, explicou Macedo.

Outra explicação para o recuo na produção industrial como um todo em abril seria uma elevada base de comparação, já que o índice alcançou seu ponto mais elevado na série histórica em março. “Além disso, março e abril tiveram a influência do efeito calendário. Março teve dois dias úteis a menos e abril teve um dia útil a menos, em comparação a iguais períodos do ano passado. Um dia a menos de trabalho influencia negativamente a produção”, explicou.

Acumulado do ano

Apesar do recuo de 2,1% em abril ante março, a produção industrial brasileira acumula alta de 1,6% no ano, com 18 dos 27 ramos industriais e todas as categorias de uso apontando expansão na produção no acumulado do ano. Entre as atividades, a de veículos automotores, com alta de 7,2%, manteve a liderança em termos de contribuição positiva sobre o índice geral, impulsionada pelos resultados positivos da maior parte dos produtos pesquisados no setor.

Outros destaques foram verificados em indústria farmacêutica (8,1%), outros equipamentos de transporte (12,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (22,8%), minerais não metálicos (4,4%), indústrias extrativas (2,8%), refino de petróleo e produção de álcool (2,4%) e máquinas e equipamentos (1,9%).

Por outro lado, os ramos de produtos têxteis (baixa de 11,6%), outros produtos químicos (queda de 3,9%), alimentos (recuo de 1,4%) e bebidas (queda de 3,0%) exerceram as principais pressões negativas sobre a média global da produção industrial.

Entre as categorias de uso, ainda no índice acumulado do primeiro quadrimestre do ano, o segmento de bens de capital (alta de 6,2%) teve a taxa mais elevada, seguido por bens de consumo duráveis (2,3%), ambos com expansão acima da média nacional (1,6%). O setor de bens intermediários apontou crescimento de 1,1% nos quatro primeiros meses de 2011, enquanto bens de consumo semi e não duráveis assinalou leve variação positiva, de 0,1%.

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