O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou na noite de ontem uma nova audiência pública para discutir questões ainda pertinentes de um ponto de vista social e ambiental quanto à aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que pode possibilitar a construção do terminal de contêineres em Pontal do Paraná.

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A expectativa dos debates de ontem poderiam ganhar um ar de polêmica, uma vez que o governo do Estado se mantém contrário à instalação de um porto privado no local.

Em maio, o governo estadual declarou como área de utilidade pública um espaço de 2,25 milhões de metros quadrados de terras, na Ponta do Poço. Para a empresa Porto Pontal Paraná, do grupo privado JCR, que seria proprietário de parte das terras em questão, a medida do governo seria um primeiro passo para uma futura desapropriação.

Porém, para o presidente do grupo JCR, João Carlos Ribeiro, o governo não teria um projeto para a construção do que seria o “Porto do Mercosul”, o que justificaria a desapropriação. O JCR conseguiu judicialmente uma liminar que revoga o decreto do governo.

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O grupo JCR, no entanto, afirma que já teria todo o projeto concluído. O empresário, que afirma que o grupo JCR já teria aplicado R$ 12 milhões no projeto, prevê o investimento de US$ 330 milhões para a implantação do terminal.

Segundo Ribeiro, o projeto tem mais de dez anos e jamais teve apoio do governo estadual. “Ele (o governador Roberto Requião) não admite porto privado operando no Estado. Sempre rechaçou que porto ele não discute com empresário”, afirma.

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Ribeiro estima que, caso o terminal entre em funcionamento num prazo de 12 a 15 anos, teria capacidade para movimentar cerca de 1,5 milhão de contêineres por ano, podendo gerar até 800 empregos diretos e outros 1,5 mil indiretos.

De acordo com o superintendente do Ibama no Paraná, José Álvaro da Silva Carneiro, que presidiu a audiência, as discussões são relevantes, já que a implementação do porto poderia alterar o contexto social da cidade. Segundo Carneiro, o Ibama deve proferir um posicionamento quanto ao assunto até o final do primeiro semestre do próximo ano.

A assessoria de comunicação da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) ratificou a postura do governo do Estado em manter a operação portuária no Paraná de forma exclusivamente pública, pois isso manteria o nível de emprego no setor, além de controlar as taxas de operação mais atrativas no Estado para o comércio externo. A Appa informou que de fato existe o projeto e que este estaria em fase de estudos.