Iata defende privatização de aeroportos no Brasil

O presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), o italiano Giovanni Bisignani, defendeu hoje a privatização dos aeroportos brasileiros, por meio de concessões, mas ressaltou a necessidade de o setor ter um órgão regulador forte e independente para evitar que se criem monopólios, como ocorreu em outros países.

“Na Inglaterra, após a privatização, houve um aumento de 20% nas taxas cobradas pelos aeroportos. Situações semelhantes se repetiram em outros países como Itália, Espanha, Austrália e México. Só conheço dois países onde esse processo foi bem conduzido: na Índia e na Argentina, onde foi criado um órgão regulador forte e independente”, afirmou.

Segundo Bisignani, o marco regulatório brasileiro, pelo qual a Infraero controla 94% dos aeroportos no Brasil, é obsoleto. “Terminais em 13 dos 20 maiores aeroportos do Brasil não atendem à atual demanda. Só São Paulo responde por 25% do tráfego aéreo no Brasil. Isso é uma situação embaraçosa para o Brasil”, afirmou.

Bisignani disse que, sem mudanças profundas nos aeroportos brasileiros, o País não terá condições de atender à demanda da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. “O tempo está se esgotando para grandes projetos de infraestrutura”, disse. Com relação à competitividade do setor, entre as mudanças propostas pela Iata está a abolição da taxa Ataero (Adicional de Tarifas Aeroportuárias). Segundo a entidade, essa sobretaxa de 50% sobre as tarifas está em desacordo com os princípios da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês). Além disso, a entidade é contra a introdução de tarifas mais altas para horários de pico, como anunciou recentemente a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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