O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) emitiu na quarta-feira (17) o último boletim do Alerta Geada em 2008. Cafeicultores que fizeram o “chegamento de terra” no caule dos cafeeiros devem desmanchar a proteção imediatamente. Os pesquisadores recomendam que esse procedimento seja feito com as mãos, para evitar danos às plantas.

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Como ocorre anualmente, o serviço foi iniciado em maio e faz, todos os dias, previsões de temperatura e do risco de geadas na zona cafeeira do Paraná. O objetivo é oferecer aos cafeicultores um instrumento confiável para tomar decisões sobre a aplicação das técnicas de proteção em lavouras novas de café, de até dois anos.

Balanço

Contrariando as expectativas iniciais, o inverno foi ameno e nenhum aviso foi expedido este ano. Conforme a meteorologista Ângela Costa, apenas uma vez, no dia 16 de junho, houve um resfriamento forte a ponto de causar preocupação na zona cafeeira do Estado.

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Mas logo se verificou que sua intensidade não oferecia risco de provocar danos às lavouras de café e, por isso, não foi necessário lançar o alerta. Os mapas com a distribuição das temperaturas podem ser conferidos no endereço eletrônico www.iapar.br.

De acordo com a Ângela Costa, vários episódios de “bloqueio atmosférico” (massa de ar quente e seco estacionado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste) impediram a evolução dos “sistemas frontais” (frentes frias) originários da Antártida. Essas barreiras também explicam a estiagem ocorrida no período.

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Outro fator que contribuiu para o inverno ameno, segundo a pesquisadora, foi a neutralidade nas temperaturas médias na porção equatorial do Oceano Pacífico, já que houve pouca intensidade do fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas naquela região ao contrário, quando ocorre o El Niño, há aquecimento das águas do mar. Ambos os eventos têm reflexos nas condições climáticas do sul do Brasil.

O Alerta Geada opera de maio até meados de setembro e voltará a ser ativado em 2009. É uma realização do Iapar, Instituto Tecnológico Simepar e Instituto Emater-PR, com apoio da Seab/Departamento de Economia Rural e do Consórcio Brasileiro de Pesquisas e Desenvolvimento do Café.