Para abrir um novo negócio hoje é preciso estar muito certo do mercado que se pretende atingir. Além disso, é necessário um suporte técnico e infra-estrutura para dar sustentar o empreendimento. Um levantamento do Sebrae já demonstrou que 60% das empresas fecham suas portas nos dois primeiros anos.

O Cefet-PR (Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná) está desenvolvendo um projeto que dá sustentação para a criação de novas empresas, que já saem fortalecidas para enfrentar o mercado. Ontem, parceiros e empreendedores se reuniram em Curitiba para troca de idéias sobre a iniciativa.

O projeto é chamado de Hotel Tecnológico ? que funciona de forma semelhante as incubadoras tecnológicas ? onde os alunos e ex-alunos da instituição podem desenvolver produtos e serviços nas áreas de atuação do Cefet, como eletrônica, informática, mecânica, design e educação ambiental. No Hotel eles contam com suporte administrativo, técnico, gerencial, mercadológico e financeiro ? através do apoio de instituições de fomento ? para testar suas idéias.

O período de hospedagem é de dois anos, sendo que após esse prazo a maioria está apta para se lançar no mercado. “Dizemos que eles se graduam, e podem sair daqui com uma empresa formada”, explica a coordenadora do Programa Jovens Empreendedores do Cefet, Rosana Mayer. Desde a sua implantação em 1997, o Hotel Tecnológico já abrigou trinta projetos, dos quais quatro já foram “graduados”, ou seja, abriram empresas. Outras duas já estão em fase de obter esse certificado.

Experiências

Uma delas é a Eco Fábrica, que trabalha com produtos ecologicamente corretos. A proposta da empresa, segundo a desenhista industrial, Sônia Knopik foi desenvolver e implantar no mercado produtos promocionais utilizando matéria-prima de material reciclado, como lona de caminhão, vidro e papel. Ela comenta que hoje o carro-chefe são agendas, que no primeiro ano vendeu trezentas unidades, e esse ano saltou para 3 mil. “O hotel me ajudou a solidificar a minha idéia, dando infra-estrutura necessária para que pudesse sair do papel e entrar no mercado”, disse Sônia.

Para a desenhista industrial Priscilla Alves Mequilussi, o hotel também foi fundamental para ajudar a definir qual a atividade que melhor se encaixava no seu perfil. Ela iniciou desenvolvendo desing de embalagens, mas hoje voltou as atividades para a produção de eventos culturais. “Se já estivesse no mercado talvez não teria a mesma oportunidade de experimentar e testar as atividades”, disse.

Outro projeto do hotel é o da ong Brasil Oikos, coordenado pelo técnico em eletrônica Marcos Alfredo Böhler, que trabalha como produtora para o terceiro setor, tendo como o foco a ecologia. O projeto já foi apresentado em Berlim, na Alemanha, e procura atingir jovens a adultos, mudando o enfoque do aproveitamento da natureza. “O objetivo é estudar a realidade dos municípios, transformando isso em material para mídia e outros meios como a internet”, disse. Ele entende que esse tempo que o Hotel permite entre o projeto no papel e a prática é fundamental para o sucesso do empreendimento.

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