Negócio bilionário

Grupo paranaense vai comprar o Beto Carrero World

Foto: Walter Alves/Arquivo/Tribuna do Paraná
Foto: Walter Alves/Arquivo/Tribuna do Paraná

O parque multitemático Beto Carrero World, um dos maiores da América Latina e sediado em Penha (SC), está prestes a mudar de mãos. E quem deve assumir mesmo a operação, segundo a Gazeta do Povo apurou junto a fontes próximas ao negócio, é o Grupo Madero. As negociações estão na reta final e já foram realizadas as diligências necessárias. A expectativa é de que a transação seja fechada até o final do mês.

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As negociações começaram em novembro e tinham, pelo menos, outros dois interessados: os fundos Advent, que opera redes de varejo como o Walmart, no Brasil, e o Carlyle, que detém, desde janeiro, uma participação de 22% no Madero.

Mas a balança pendeu para o lado da rede de sanduíches criada em 2005 pelo empresário Junior Durski, avaliada hoje em R$ 3 bilhões. Com 175 lojas no País, o Madero deve encerrar o ano com 20 novas unidades, contando as marcas Madero, Jerônimo e Steak House.

A investida marca a entrada de Durski fora do segmento da alimentação. Os planos para o empreendimento não foram divulgados. Mas uma coisa é certa: a rede colocará as marcas próprias dentro da praça de alimentação do parque.

Mítica é atrativo

É justamente a mítica em torno do personagem Beto Carrero que atrai o Grupo Madero ao empreendimento catarinense. João Batista Murad, o Beto Carrero, nasceu em 9 de setembro de 1937. Ele trabalhou no mercado publicitário e editorial e criou o personagem em homenagem ao pai. Nos anos 70, trabalhou como agente de artistas e realizou shows em feiras, rodeios e exposições. E na década seguinte, entrou no universo circense.

O parque foi inaugurado em 28 de dezembro de 1991, no Litoral Norte catarinense, com alguns brinquedos infantis e duas lonas de circo. Com o passar do tempo, o espaço ganhou novas atrações e áreas temáticas. Murad se envolveu diretamente com o parque até a sua morte, em 1° de fevereiro de 2008.

Atração que começou com lonas circenses hoje é um dos maiores parques da América Latina. Foto: Antônio Costa/Arquivo/Gazeta do Povo
Atração que começou com lonas circenses hoje é um dos maiores parques da América Latina. Foto: Antônio Costa/Arquivo/Gazeta do Povo

Grande potencial

Visto como uma companhia com grande potencial no setor, o Beto Carrero recebeu 2,4 milhões de visitantes no ano passado e teve geração de caixa de R$ 119 milhões. Para este ano, porém, a previsão é que haja uma queda desse valor, para R$ 115 milhões. Em abril, o BNDES liberou R$ 50 milhões para financiar expansão do complexo.

A mãe, o filho e a irmã de Beto Carrero, que morreu em 2008, são os atuais donos do parque. A família decidiu se desfazer do negócio por ter se mudado para os Estados Unidos. Inicialmente, a informação que corria no mercado era que a empresa estava interessada em abrir seu capital. Segundo fonte próxima, essa opção nunca esteve na mesa e a decisão sempre foi de vender o negócio.

No ano passado, a empresa havia afirmado que não investiria mais no parque porque tinha perdido a isenção fiscal na cidade. A Câmara de Vereadores de Penha acabou aprovando uma redução do imposto sobre serviços (ISS) de 5% para 3%.

Procurado, o Beto Carrero World nega as tratativas. O parque temático informa que “esta é uma informação improcedente. Não há previsão de qualquer andamento neste sentido.”

Outros concorrentes

Parque estava sendo disputado pelo Grupo Madero e por outros dois conglomerados de entretenimento. Foto: divulgação/Beto Carrero
Parque estava sendo disputado pelo Grupo Madero e por outros dois conglomerados de entretenimento de fora do Brasil. Foto: divulgação/Beto Carrero

O Carlyle chegou a manifestar interesse no empreendimento, mas considerou o negócio de pequeno porte para o seu portfólio, apontou uma fonte ao jornal O Estado de São Paulo. Para o Advent, a aquisição do parque seria estratégica. O fundo tem a metade do Grupo Cataratas que administra os parques nacionais das Cataratas do Iguaçu, Fernando de Noronha e da Tijuca, além do Zoológico do Rio de Janeiro.

Para o Advent, a aquisição do parque seria estratégica. O fundo tem a metade do Grupo Cataratas que administra os parques nacionais das Cataratas do Iguaçu, Fernando de Noronha e da Tijuca, além do Zoológico do Rio de Janeiro.

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