Grevistas da Receita podem fazer operação-padrão

Ontem foi mais um dia de protestos por parte dos auditores fiscais da Receita Federal, em greve desde o último dia 13. Em Curitiba, cerca de cem pessoas participaram pela manhã da manifestação em frente ao prédio do Ministério da Fazenda com caminhão de som, distribuição de pipoca e apresentação de peça teatral.

De acordo com a presidente da Unafisco Sindical -sindicato que representa os auditores da Receita Federal -, no Paraná, Clair Hickmann, a categoria deve se reunir hoje e amanhã em assembléia, em nível nacional, para avaliar a greve. “A tendência é que a paralisação continue”, adiantou. Segundo ela, não houve avanço na proposta do governo federal. “Está tudo na mesma”, lamentou. No Paraná, há cerca de 250 auditores fiscais ativos da Receita Federal; quase 70% da categoria aderiu à greve.

Em Brasília

Cerca de 400 auditores fizeram ontem uma manifestação em frente à sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, e estudam realizar na próxima semana uma “operação-padrão” nos aeroportos. Os manifestantes querem conversar com o ministro Antonio Palocci (Fazenda) sobre a proposta de reajuste para a categoria. O governo oferece aos servidores da ativa aumento de 30% por meio de gratificação vinculado ao cumprimento de metas de desempenho.

A proposta foi rejeitada pelos grevistas. A manifestação contou com carro de som, queima de fogos, balões, apitaço e barracas de comida – foi servida a “Pizza do Palocci” e a “Esfiha do Rachid (o secretário da Receita, Jorge Rachid)”.

Segundo o diretor da Unafisco, Pedro Delarue, Rachid recebeu anteontem representantes do comando da greve, mas não apresentou uma nova proposta. Por isso, os grevistas querem conversar com o ministro.

Na próxima semana, os auditores estudam fazer uma “operação-padrão” semelhante à da Polícia Federal nos dois principais aeroportos internacionais do País – Cumbica (SP) e Galeão (RJ). Todos os passageiros que desembarcassem no Brasil vindos do exterior teriam suas bagagens revistadas e seriam multados, caso tragam sem declarar, mercadorias acima do limite de isenção de US$ 500.

A “operação-padrão” causaria filas no desembarque dos aeroportos e causaria transtorno para a população. A Unafisco diz que seu objetivo é apenas pressionar o governo a retomar as negociações.

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