Greve pára mais de 3 mil nas montadoras do ABC

São Paulo  – A greve dos metalúrgicos do ABC paulista se limitou a uma parte dos funcionários da Volkswagen, Mercedes-Benz e Scania. Na Volks, apenas 2.800 dos 14.800 trabalhadores estão de braços cruzados por tempo indeterminado. Na Mercedes, 150 mensalistas que trabalham como técnicos de logística, de qualidade e planejamento de processos pararam por um dia. Na Scania, cerca de 200 mensalistas da área de logística aderiram à greve ontem por volta das 12 horas, segundo o sindicato. Os metalúrgicos da produção não devem entrar em greve em nenhuma das empresas. O movimento continua hoje, mas não foi definido se por meio de paralisação.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, eles poderão fazer paralisações de solidariedade, desligando as máquinas por algumas horas. Também os 40 mil trabalhadores em autopeças da região não pararam as fábricas e decidiram adiar para hoje a decisão.

A greve anunciada pelos metalúrgicos do ABC na sexta-feira não aconteceu porque as montadoras apresentaram uma proposta que dividiu a categoria. As empresas ofereceram reajuste integral da inflação passada (15,7%) apenas para quem ganha até R$ 4.200. Acima disso, vale um valor fixo de R$ 659,40. Por isso, apenas funcionários de áreas administrativas das montadoras foram prejudicados. Com a fábrica funcionando, fica muito mais complicado parar os setores administrativos das montadoras.

Assembléias

Os funcionários da área de administração da Ford só vão decidir hoje se entram ou não em greve. Os trabalhadores se reuniram nesta segunda-feira logo depois do almoço para discutir a proposta feita pelo Sinfavea (que representa as montadoras). Eles pararam a produção por cerca de 1 hora para participar da assembléia. Nesta terça-feira, haverá uma nova reunião, às 8h, para definir o rumo da mobilização.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou que fará hoje uma assembléia geral para definir as próximas mobilizações da categoria. Nas últimas semanas, os metalúrgicos realizaram greves de advertência com paralisações de 2 a 4 horas em diversas fábricas da região.

Nesta terça, haverá assembléias com atrasos de turnos nas autopeças Bundy e Eaton, em São José. Ontem, em Jacareí, houve paralisação na Schrader por 2 horas. Os trabalhadores da Volex continuam em greve devido impasse nas negociações sobre a campanha salarial e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os sindicatos de São José (ligados à CUT) e São Caetano (Força Sindical) também se reúnem nesta terça, às 9h, em São José dos Campos, com a direção da General Motors (GM), para discutir o valor da PLR deste ano. Assim como está acontecendo com a campanha salarial, as negociações sobre valores e metas da PLR não avançaram.

A Volks informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a greve não é generalizada e que apenas alguns funcionários da administração estão parados.

O presidente do sindicato, José Lopez Feijóo, afirmou que, na última negociação realizada com o Sinfavea, a proposta patronal apresentou algumas conquistas e avanços.

As conquistas, segundo o sindicato, foram a antecipação da data-base para outubro deste ano e setembro do ano que vem, a renovação das cláusulas sociais por dois anos e o reajuste do piso salarial da categoria, que passa de R$ 628 para R$ 750 (reajuste de 19,34%) em todo o Estado de São Paulo. O avanço nos itens econômicos foi: reajuste integral do índice de inflação de 15,7% (INPC do período de novembro do ano passado a setembro deste ano).

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