Sem acordo

Greve na Volkswagen/Audi vai a dissídio

A greve dos metalúrgicos da Volkswagen/Audi, em São José dos Pinhais, que completou ontem uma semana, deve ser resolvida na Justiça. É que a montadora teria pedido dissídio coletivo. A assessoria de imprensa da empresa, em São Paulo, não quis comentar o assunto.

Ontem, em assembléia, os trabalhadores decidiram pela continuidade da greve. Entre as plantas da montadora alemã no Brasil, apenas a de São José dos Pinhais segue parada.

Segundo o coordenador da comissão de fábrica da Volks, Gilmar Batista, o impasse está sobre os dias parados – a empresa quer descontar os dias não trabalhados em cinco parcelas.

Já os trabalhadores querem que a montadora abone os dias de greve. A última vez em que houve dissídio coletivo na Volks, em São José dos Pinhais, foi em 2004.

A assembléia realizada ontem de manhã na porta da fábrica reuniu cerca de mil trabalhadores – desses, apenas entre 10% e 20% votou a favor do acordo e pelo fim da paralisação. A rejeição apanhou de surpresa até mesmo representantes do sindicato.

“Entendíamos que a proposta seria aprovada. A gente até previa que não haveria unanimidade, mas não que seria rejeitada por ampla maioria”, comentou Batista. Pela proposta apresentada ontem, os trabalhadores teriam reajuste salarial de 10%, sendo 7,15% de reposição integral da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 2,66% de aumento real, além do abono de R$ 1,5 mil a ser pago este mês.

“Há uma semana estamos nessa briga. Pelo bom momento do setor automotivo, a gente esperava mais facilidade para negociar, mas não houve, infelizmente”, lamentou Batista.

Os trabalhadores se reúnem hoje novamente em assembléia, às 6h. A montadora emprega cerca de 3,8 mil funcionários em São José. Em seis dias de paralisação, a planta instalada no Paraná deixou de produzir cerca de 5 mil veículos.