As importações no mês passado foram as menores do mês de junho desde 1995. Nos últimos oito anos, a média das importações neste mês foi de US$ 4,7 bilhões, 38% acima dos US$ 3,4 bilhões trazidos do exterior em junho passado.
Para a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a greve dos auditores da Receita Federal tem afetado mais as importações e já está distorcendo o movimento e o saldo da balança comercial.
?Para um mês com 20 dias úteis, foi muito pouco (importação). É uma distorção?, afirmou o diretor-executivo da AEB, José Augusto de Castro. ?Não vamos tirar o mérito isolado do saldo, mas a greve claramente retardou a liberação de mercadorias. O superávit acumulado deve ter uma redução a partir do fim da greve?, comentou Castro. Hoje (1), o governo anunciou um saldo de US$ 675 milhões, o melhor do ano.
O especialista em comércio exterior explica que, até pela maior complexidade, os processos de internação de produtos estão sendo mais prejudicados do que a liberação das exportações. Ele informa que algumas empresas chegaram a parar a produção porque insumos comprados no exterior ficaram retidos na alfândega. Em alguns casos, afirma Castro, as empresas se valeram de mandados judiciais para desembaraçar as mercadorias.
O resultado disto é um descompasso entre o ritmo das importações e das exportações. E o efeito é que, quando a greve terminar e a corrente de comércio voltar a evoluir naturalmente, a formação do saldo da balança poderá se modificar.