Greve da Receita aumenta custo do trigo

A greve dos fiscais da Receita Federal está causando prejuízos mensais de R$ 800 mil aos importadores de trigo. O valor é referente aos custos de armazenagem apenas no Porto de Santos, por onde passa 30% do trigo importado pelo País (cerca de 2,5 milhões de toneladas ao ano).

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Trigo, Ricardo Ferraz, o tempo de liberação do produto na alfândega passou de 48 horas para uma semana. ?Isso custa dinheiro?, diz Ferraz, que no início da greve escreveu uma carta para o secretário da Receita, Everardo Maciel, mas até agora não obteve resposta.

Inspeção – Os custos para os importadores do trigo só não são maiores porque hoje os dois armazéns de trigo de Santos são ?alfandegados?. Isto significa que a inspeção é feita no próprio armazém, e não mais no momento do descarregamento do produto, eliminando os custos com a permanência dos navios. No entanto, ambos os armazéns estão chegando ao limite de capacidade. ?Se a greve durar mais 15 dias a coisa vai ficar bem complicada?, afirma um trader do setor.

Nos últimos dois dias, os funcionários de Santos decidiram relaxar a mobilização, trabalhando ao ritmo lento da operação-padrão. Porém, de amanhã (3) até sexta-feira (5), quando será realizada uma nova assembléia, o porto permanecerá totalmente parado. Hoje à noite (2), a fila de contêineres aguardando liberação ultrapassava 6 mil.

A greve começou no dia 9 de abril com operações-padrão e paralisações em dias e portos específicos, tornando-se permanente no início de maio. Os auditores fiscais da Receita, juntamente com os fiscais do Trabalho e da Previdência Social, reivindicam mudanças no plano de carreira e reajuste salarial de 21%.

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