Grécia enfrenta protestos e impasse em plano fiscal

O descontentamento com o governo piorou hoje na Grécia, após dezenas de pessoas se ferirem ontem em protestos contra as medidas de austeridade. Os esforços do governo para reduzir a dívida estão paralisados, ao mesmo tempo em que autoridades do país enfrentam ondas de protestos contra suas políticas econômicas desde o ano passado. O governo também ficou na defensiva após um manifestante ser hospitalizado ontem com ferimentos graves na cabeça. “Expressamos pesar pelo ferimento grave sofrido por esse jovem”, disse o porta-voz do governo, George Petalotis, em comunicado. “Nós todos devemos manter nossa calma e equilíbrio nas difíceis condições que nosso país enfrenta.”

O manifestante de 31 anos Yiannis Kafkas era um dos feridos em confrontos com a polícia, durante os protestos de ontem em Atenas e outras cidades contra as políticas econômicas do governo. Para os manifestantes, essas medidas empurram o país para a recessão. Um grupo comunista disse que Kafkas havia sido agredido com um cassetete. Médicos no hospital onde ele era tratado acusaram a polícia de cometer uma “barbaridade”. “A violência e a repressão contra aqueles que resistem não será tolerada”, afirmou um sindicato local de médicos em comunicado.

Uma manifestação contra a brutalidade policial será realizada hoje. A polícia informou que 15 de seus agentes foram feridos nos distúrbios no dia anterior. Os protestos ocorrem enquanto a Grécia enfrenta uma importante auditoria de suas finanças realizadas por especialistas da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE). No ano passado, o país recebeu um pacote de ajuda da UE e do FMI no valor de 110 bilhões de euros para evitar um default (falência).

A Grécia precisa mostrar progressos em suas reformas econômicas, iniciadas no ano passado, para obter uma prestação de 12 bilhões de euros de empréstimo que o país precisa para pagar suas contas. No entanto, a recessão fez com que suas metas de controle de déficit não fossem atingidas em 2010, e neste ano o país luta para manter suas finanças equilibradas.

Funcionários da UE já admitiram que Atenas deve precisar de mais ajuda para honrar os pagamentos de parcelas de sua dívida, estimada no total em 340 bilhões de euros. Porém, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou hoje que a Grécia não receberá mais ajuda dos parceiros europeus a menos que controle ainda mais seus gastos e se submeta a “condições claras”. Se ficar evidente que a Grécia necessita de mais ajuda, “é preciso se discutir quais medidas devem ser tomadas, especialmente pela Grécia”, disse Schaeuble, falando aos membros do Parlamento em Berlim. As informações são da Dow Jones.

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