Governo vai exigir pesquisa de gás em leilão

O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida, afirmou que o governo vai exigir pesquisa de gás não convencional (shale gas, no jargão em inglês) em alguns blocos da 12ª rodada, que será realizada em novembro deste ano. “As empresas terão que alcançar a rocha geradora e fazer um relato das condições”, disse.

Segundo ele, isso permitirá ao governo analisar o potencial de produção de gás não convencional no Brasil. “Ainda que a empresa encontre um reservatório convencional, ela terá que ir mais fundo, até a rocha geradora”, completou, em referência à área de onde é extraído o gás não convencional.

O secretário afirmou, ainda, que o governo exigirá conteúdo local na rodada. “Temos que pensar em ter infraestrutura grande, pois o processo demanda uma quantidade enorme de bombas e sondas para se fazer o fraturamento das rochas. Precisamos desenvolver uma indústria nacional de bens e equipamentos voltada para o gás não convencional.”

Para Almeida, é necessário um choque na oferta interna de gás para baixar o preço do produto no País. “Não devemos esperar que no Brasil tenhamos mesmo nível de preço observado nos EUA, pelo menos em curto e médio prazos”, disse.

Até 2022, estão previstos crescimento tanto na oferta quanto na demanda, mas não há expectativa de o Brasil parar de importar. Os Estados Unidos ainda importam gás devido a contratos antigos, mas o país não tem mais necessidade de trazer o produto do exterior.

Para a 12ª rodada, o governo avalia a disponibilização de blocos na Bacia do Paraná, onde estão as estimativas de maior quantidade de gás recuperável, além da proximidade com os principais centros consumidores do combustível. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o potencial brasileiro estimado é de 14,6 trilhões de m3.