O secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Daniel Godinho, apresentou nesta segunda-feira, 4, uma expectativa positiva em relação ao mercado automotivo. Segundo ele, os acordos que o Brasil firmou neste setor vão gerar resultados positivos, assim como a exportação de produtos manufaturados. Segundo ele, há expectativa de recuperação das exportações para patamares registrados em 2013 e 2014.

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Godinho disse que a pasta tem uma expectativa positiva para o futuro das ações comercias entre Brasil e Argentina. Mesmo com um cenário de incerteza nos dois países, Godinho destacou que houve em 2015 uma redução de 9% das exportações entre os dois países – menor que a queda de 27% vista em 2014.

Houve ainda um aumento de 5,7% no número de exportadores em 2015 ante 2014. Com este cenário, o secretário lembrou que houve uma redução no déficit da balança de manufaturados, passando para um resultado deficitário de US$ 109,5 bilhões em 2014 para US$ 71,9 bilhões em 2015. Em 2014, os industrializados participaram com 48,5% da pauta de exportações e em 2015 o porcentual passou para 52%.

Petróleo

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Na avaliação de Godinho, a tendência a partir de agora é um aumento da produção de petróleo. Houve, inclusive, uma queda no déficit da conta petróleo. “O déficit da conta petróleo voltou a níveis de 2011 e 2012, níveis normais”, disse.

Nesse contexto, o secretário lembrou que o déficit de 2014 foi de US$ 17 bilhões e em 2013 de US$ 20 bilhões. “Valores de 2013 e 2014 foram atípicos e resultado da queda de produção. Vamos trazer essa conta para patamares mais baixos”, afirmou.

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Para Godinho, há sinais de um impacto positivo do aumento cambial em alguns setores, como os de automóveis e têxteis, mas são necessários dois fatores fundamentais para que este impacto seja sentido de forma permanente. “Esses fatores são tempo e estabilização do patamar cambial. Precisamos esperar, alguns estudos dizem que leva três anos e tudo depende de cada grupo de produto”, destacou.

Outro ponto lembrado por ele foi a participação da celulose, que apresentou recorde histórico tanto em volume quando em valor de exportação. “Superávit comercial é sempre positivo uma vez que impacta positivamente nas contas externas do País”, disse.

O secretário destacou ainda a queda dos valores das exportações de três grandes grupos. Segundo Godinho, o Brasil praticou o menor preço de petróleo desde 2005, os menores preços de minério de ferro e de complexo de soja desde 2006. “Queda de exportações brasileiras nesses três produtos representa 70% da queda total das exportações brasileiras, mesmo com expressivo aumento de quantidade”, afirmou.

De acordo com ele, se o Brasil exportasse as mesmas quantidades de 2015 a preços de 2014, seria identificada uma receita adicional de US$ 37 bilhões em relação a esses três produtos.