Governo prevê renegociar R$ 40 bilhões da dívida agrícola

O governo federal estima que o endividamento agrícola some R$ 87 5 bilhões e só deve focar as renegociações de, no máximo, R$ 40 bilhões desse total. Para ao Ministério da Fazenda, o valor cujo pagamento poderá ser postergado é formado por R$ 30 bilhões das dívidas agrícolas já renegociadas nas décadas de 80 e 90 e por R$ 10 bilhões da renegociação ocorrida entre 2003 e 2006. "Mas os R$ 30 bilhões (das dívidas das décadas de 80 a 90) são a principal preocupação do governo e o foco central receber e não prorrogar mais", disse o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.

A proposta de renegociação final para essa dívida deve ser apresentada pelo governo até 31 de março, após um acordo feito entre ministros e deputados da bancada ruralista da Câmara. Para chegar aos R$ 87,5 bilhões da dívida agrícola estimada pelo governo, além dos R$ 40 bilhões que devem ser incluídos na proposta de renegociação, existem ainda R$ 28,5 bilhões de investimentos correntes de operações como Moderfrota, Moderinfa e Pronaf, que não foram renegociadas e R$ 12 bilhões de Fundos Constitucionais, a maior parte ainda sem renegociação. Os R$ 7 bilhões restantes são de dívidas com o risco do Tesouro que foram incluídas na dívida ativa da União.

Como grande parte da diferença de R$ 47,5 bilhões que o Ministério da Fazenda não pretende renegociar ainda é considerada dívida corrente ou já foi incluída na dívida ativa, o governo ainda espera receber o pagamento sem conceder qualquer prazo extra.

De acordo com o Bittencourt, o fato de a bancada ruralista considerar que a dívida agrícola chega a R$ 130 bilhões ocorre porque nesse total estão incluídas as operações de crédito feitas com recursos do governo para o Plano Agrícola e Pecuário 2007/2008. "A diferença entre os R$ 87,5 bi e os R$ 130 bilhões não pode ser considerada endividamento, porque os recursos estão com os produtores, como um capital de giro deste ano. O governo espera recebê-los normalmente, já que os preços das commodities agrícolas estão muito bons", afirmou Bittencourt.

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