O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sinalizou aos parlamentares da Comissão Mista do Orçamento que o governo poderá liberar parte do orçamento deste ano em junho. Em entrevista após a audiência pública na comissão, Paulo Bernardo admitiu que, se as receitas permitirem, o governo iniciará o descontingenciamento. “Talvez em junho. A liberação vai depender das receitas”, disse o ministro.

continua após a publicidade

Durante a audiência, o ministro foi pressionado pelos parlamentares que questionaram o contingenciamento de R$ 20,5 bilhões, enquanto as receitas do governo cresceram mais de 15% no primeiro trimestre do ano. Ele reconheceu que os parlamentares estão tensos com o corte e, quando questionado se ele vai correr até junho para liberar os recursos dos convênios orçamentários, já que a lei eleitoral restringe o pagamento de despesas após esse prazo, o ministro respondeu que não vai correr. Ele brincou que só segue orientação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de correr como uma medida de combate à hipertensão, e que quem tem de correr são os que fazem os convênios. “Havendo receitas, vamos liberar sim”, garantiu o ministro.

Ele voltou a dizer que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de bater duro contra a inflação, que é uma preocupação do governo. Bernardo disse que o Banco Central aumentou os recolhimentos compulsórios e a taxa de juros e que “estamos procurando fazer a nossa parte”.

O ministro, durante a audiência, aceitou negociar com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2011, senador Tião Viana (PT-AC), mudanças no texto da proposta que trata dos critérios para paralisação de obras com suspeitas de irregularidades. Ele reconheceu que o texto enviado ao Congresso não é bom e que é preciso deixar claro os critérios para paralisação das obras. A atribuição de paralisar obras, segundo ele, é do Congresso Nacional.

continua após a publicidade

Investimentos

O ministro do Planejamento antecipou que os investimentos do governo já pagos, de janeiro a abril, somaram R$ 10,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, os investimentos pagos eram de R$ 5,2 bilhões. O ministro disse que esses números mostram que, ao contrário do que dizem os “amigos da oposição”, as despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que fazem parte do total de investimentos do governo, estão numa velocidade acelerada, no ritmo “o dobro” do ano passado.

continua após a publicidade

Ele destacou que as despesas empenhadas com investimentos até abril somam R$ 13 bilhões ante R$ 7,7 bilhões no mesmo período do ano passado. “O PAC está numa velocidade de cruzeiro”, disse. Bernardo disse que o PAC 2, a exemplo do PAC 1, terá um período de maturação, mas devido ao aprendizado do governo sua execução será mais rápida.

Assessores do ministro informaram que o volume de investimentos pagos divulgado por ele corresponde a todo o mês fechado de abril. Os dados só serão divulgados no final de maio, com o resultado das contas do governo central. Os dados do Tesouro Nacional até março mostraram que os investimentos pagos até março somavam R$ 9,513 bilhões.