Governo lançará pacote de estímulo ao desenvolvimento

Lisboa

– O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, anunciou ontem em Portugal que o governo vai apresentar um pacote de medidas desenvolvimentistas na segunda quinzena do mês. “Quando voltar da viagem à Europa, o presidente Lula vai apresentar um conjunto de medidas que vai surpreender”, disse, na reunião para a formação da Associação de Dirigentes de Vendas de Portugal, no Estoril.

O anúncio foi feito em uma resposta a um empresário português que questionou o ministro sobre a impossibilidade de investir no Brasil com taxas de juros de 50% ao ano para as empresas. “Essas medidas vão proporcionar um desenvolvimento nos próximos meses muito mais favorável do que a arrumação das contas. Um país não pode ter como finalidade eterna o controle de gastos”, afirmou Furlan.

Sobre a taxa de juros, Furlan disse que no segundo semestre ela deve cair para um número que não ultrapasse um dígito acima da inflação. Falando à Agência Estado, Furlan não quis especificar as medidas, mas disse que serão de apoio ao investimento, construção de infra-estrutura e parcerias entre o setor público e a iniciativa privada. “Vai ser um divisor de águas entre a política monetarista e uma política de desenvolvimento sustentado. O País vai entrar num caminho de crescimento econômico.”

Exportações

Segundo o ministro, as exportações vão continuar no mesmo nível do primeiro semestre, apesar da queda do dólar em relação ao real, que prejudica a competitividade dos produtos brasileiros. O ministro afirmou que, nos próximos meses a moeda norte-americana deverá se estabilizar num nível acima do atual, o que vai permitir o planejamento das exportações para o próximo ano. “A gente espera que, dentro dos próximos dois ou três meses, haja uma acomodação do dólar num patamar mais alto.”

Ele indicou os setores que deverão reduzir suas vendas no exterior por causa da cotação do dólar: “Alguns segmentos estão com planos de redução de exportações neste segundo semestre devido à baixa rentabilidade, entre eles os de calçados e açúcar.” (Por Jair Rattner, especial para a Agência Estado)

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