Para estimular a produção de alimentos e, conseqüentemente, conter o impacto da alta desses produtos nos índices de inflação o governo estuda a possibilidade de reduzir os encargos financeiros de algumas linhas de crédito destinadas à agricultura empresarial. A idéia é reduzir os juros dos financiamentos que possam ser aplicados no plantio de lavouras em áreas de pastagem degradadas.

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De acordo com dados do Ministério da Agricultura, cerca de 200 milhões de hectares são ocupados com pastagem hoje no Brasil, sendo que, desse total, entre 50 milhões e 60 milhões de hectares estão degradados. Os produtores brasileiros cultivaram 46,9 milhões de hectares com lavouras de grãos na safra 2007/08, mostra a mais recente estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Ainda não há uma definição sobre as linhas que terão juros mais baixos a partir da safra que começa a ser plantada em meados de setembro, mas a intenção do governo é atuar principalmente no crédito de investimento, contou uma fonte da Esplanada dos Ministérios. O assunto está sendo discutido por técnicos de Brasília com representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Apesar da disposição em cortar juros, uma fonte que está envolvida nas discussões avaliou que dificilmente o governo atenderá ao pedido dos produtores rurais para redução dos juros para 4,5% ao ano. Hoje, o menor encargo dos empréstimos para os grandes produtores é 6,75% ao ano (juro controlado do crédito rural). O corte para 4,5% ao ano, argumentou a fonte, praticamente igualaria os encargos da agricultura empresarial com os juros da agricultura familiar, o que não seria coerente diante da capacidade de produção e de organização da agricultura empresarial.

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Na próxima safra, o maior encargo para a agricultura familiar será de 4% para empréstimos de investimento e de 5,5% para custeio das lavouras. O governo recebeu nas últimas semanas sugestões da iniciativa privada para o Plano de Safra 2008/09, que deve ser anunciado até o final de julho.