Governo esclarece sobre proibição a transgênicos

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Deni Schwartz, abriu ontem (03), em Ponta Grossa, o primeiro fórum promovido pelo Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) para orientar os produtores de soja sobre o próximo plantio de soja. À tarde, aconteceu a segunda reunião, em Francisco Beltrão, Sudoeste do Paraná.

O objetivo dos fóruns é esclarecer os produtores sobre a atual legislação, que proíbe o cultivo de transgênicos, e mostrar como ficaria o mercado paranaense caso o cultivo de produtos geneticamente modificados seja liberado no Brasil. Cerca de 300 produtores participaram do primeiro encontro.

“Neste momento, os compradores de soja do Brasil são resistentes aos produtos geneticamente modificados. Os mercados da Europa, especialmente a França, o Japão e a China podem não aceitar mais o produto brasileiro se for transgênico, gerando um caos econômico e social”, explicou o secretário.

No Paraná, 65% das exportações são ligadas ao agronegócio e o setor responde por 14% do PIB do Estado. “Caso seja liberado no Brasil, o plantio de produtos geneticamente modificados no Paraná deve ser visto com cautela. Além da cadeia da soja, a mudança das culturas afeta também as cadeias de suínos, frangos e bovinos, que se alimentam de ração à base de soja”, explicou Deni.

Para o presidente da Federação da Agricultura (Faep), Ágide Meneguette, o Brasil responde hoje por 50% do mercado europeu de soja, os outros 50% ficam com Estados Unidos e Argentina. Segundo ele, o Brasil está dominando o mercado de derivados nobres como a lecitina de soja graças ao cultivo da soja convencional.

“Os produtores devem ficar atentos para plantar somente o que o mercado exige. É necessário que se faça uma consulta aos compradores antes de decidir sobre o plantio de soja convencional ou transgênica”, alerta Meneguette. Para ele, o plantio único de soja convencional no Paraná pode fortalecer as exportações e funcionar como um atrativo para a instalação de indústrias do setor no Estado.

Os produtores que permanecerem com dúvidas mesmo depois dos fóruns devem procurar os núcleos regionais da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, escritórios da Emater e departamentos técnicos das cooperativas. “O importante é o agricultor estar seguro de que irá adquirir exclusivamente sementes de origem conhecida”, destaca o secretário executivo do Conesa, Silmar Bürer.

Nesta Quinta-feira, acontecem debates em Cascavel, 9 horas às 11h30, no auditório da Unioeste, e em Maringá, das 14h30 às 17h, na Sociedade Rural (Parque de Exposições).

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