Governo e FMI definem limites mais flexíveis para inflação

A inflação poderá fechar o ano de 2002 em até 11%, sem que seja necessário ao país dar explicações formais à diretoria do FMI (Fundo Monetário Internacional). Em 2003, até o final de setembro, o teto máximo para a inflação anualizada (em 12 meses) será de 9,5%. O FMI e o governo brasileiro estabeleceram novos limites, mais flexíveis, para a inflação, o que deverá dar mais espaço para atuação do novo governo.

??Devido a efeitos estatísticos da inflação em 2002, propomos que os pontos centrais das bandas de consulta do programa para a inflação – e os respectivos limites para as bandas inferiores e superiores de consulta – sejam ajustados para cima em 2 pontos percentuais”, diz a carta enviada ao FMI, pelo ministro Pedro Malan (Fazenda) e pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

O ponto central da meta de inflação firmada com o FMI, para efeitos de consulta junto ao Fundo, era de 6,5% ao final deste ano, com 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Agora, passa a ser de 8,5% o ponto central e de 11% o limite máximo.

Para 2003, a meta central anualizada para o final do primeiro trimestre era de 6%, com 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Com a revisão, essa meta passa a ser de 8%, com o mesmo intervalo de tolerância, o que dá um espaço para a inflação chegar a 10,5% ao final de março.

Ao final de junho, a meta central anualizada era de 5,5% e passa a ser de 7,5% e, ao final de setembro, era de 5%, e passa a ser de 7%. As metas continuam com o mesmo espaço de variação, de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo, o que vai dar um teto para a inflação anualizada ao final de setembro de 9,5%.

Apesar da mudança nos pontos centrais da meta de inflação no acordo com o FMI, a meta de inflação do governo continuará a mesma. Ou seja, de 3,5%, com 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, em 2002; e de 4%, com 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo em 2003. Se não cumprir essa meta, o presidente do BC deve apenas enviar uma carta ao ministro da Fazenda, explicando as razões para o estouro.

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