Governo central registra déficit de R$ 4,6 bi em março

O governo central, composto pelas contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou em março um déficit primário de R$ 4,603 bilhões. O resultado primário não leva em conta as despesas com juros. Em fevereiro, o déficit primário do governo central havia sido de R$ 1,091 bilhão. Com o resultado divulgado hoje pelo Tesouro Nacional, no primeiro trimestre deste ano o governo acumula um superávit primário de R$ 8,171 bilhões.

Em março, o Tesouro contribuiu para o resultado do mês com um superávit de R$ 2,238 bilhões. A Previdência Social registrou um déficit de R$ 6,726 bilhões e o Banco Central, um déficit de R$ 116 milhões.

O déficit registrado em março, que surpreendeu negativamente, é o pior resultado desde setembro do ano passado. É também o segundo resultado negativo do governo ventral no ano. Apenas em janeiro, essas contas registraram um saldo positivo, de R$ 13,866 bilhões. O resultado acumulado no trimestre – o saldo de R$ 8,171 bilhões – está bem distante da meta para o quadrimestre, que é de R$ 18 bilhões.

Despesas e receitas

As despesas do governo central no primeiro trimestre de 2010 tiveram forte expansão. O ritmo de crescimento já é maior do que o registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando o governo adotou uma série de medidas de expansão dos gastos para enfrentar a crise financeira internacional. Os dados do Tesouro divulgados hoje mostram que as despesas do governo central apresentaram, nos três primeiros meses do ano, um crescimento de 19,3%, totalizando R$ 152,76 bilhões. No mesmo período do ano passado, as despesas do governo central cresceram a um ritmo de 18,9%.

Por outro lado, as receitas, que em 2009 sofreram forte retração, devido à crise, este ano mostram reação. No primeiro trimestre as receitas do governo central tiveram um crescimento de 15,8%, totalizando R$ 193,556 bilhões. No primeiro trimestre de 2009 o cenário era outro: as receitas apresentavam queda de 1,9%.

O crescimento das receitas não evitou, no entanto, que o superávit primário das contas do governo central no primeiro trimestre esteja menor do que no mesmo período do ano passado. Com o aumento das despesas, mesmo no cenário de aceleração das receitas, o superávit primário caiu de R$ 9,493 bilhões, no primeiro trimestre de 2009 para R$ 8,171 bilhões nos primeiros três meses deste ano. As despesas de custeio e capital tiveram alta de 37,9% e os pagamentos com benefícios, de 15,4%. Por outro lado as despesas com pessoal tiveram crescimento bem menor do que no mesmo período do ano passado: 7%. No primeiro trimestre de 2009 as despesas com pessoal registravam crescimento de 24,8%.

Investimentos

Os investimentos registraram um crescimento de 116% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a março deste ano, o governo desembolsou R$ 9,513 bilhões em investimentos. No mesmo período de 2009, o valor desembolsado foi de R$ 4,4 bilhões.

Pelos números do Tesouro Nacional, está havendo uma aceleração dos investimentos. Isso porque, no primeiro bimestre, os investimentos subiram 101%, tomando R$ 5,441 bilhões. Nos dois primeiros meses de 2009, esse valor totalizava R$ 2,704 bilhões.

No que diz respeito aos pagamentos referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), houve uma expansão de 152% nos valores pagos no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março de 2010, foram pagos R$ 3,997 bilhões. Já no mesmo período de 2009, esse montante correspondeu a R$ 1,588 bilhão.

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