Em oito anos de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou seis empresas estatais. A maioria delas, porém, não produziu efeitos importantes na economia. Duas são fábricas – de hemoderivados e de chips. Ambas estão atrasadas e só começarão a produzir no próximo governo, sem atender totalmente à demanda do País. Os investimentos nas duas são da ordem de R$ 900 milhões.

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Outra estatal, o Banco Popular do Brasil (BPB), nem existe mais. A Empresa Brasil de Comunicações (EBC), criada para ser uma emissora independente do governo, luta para escapar da pecha de ser “chapa-branca”. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é bem vista pela iniciativa privada por haver resgatado a função de planejamento energético. Recentemente, porém, foi envolvida nos escândalos que provocaram a queda da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.

A mais nova estatal de Lula, a Pré-Sal Petróleo S. A., está só no papel, apesar de sua criação ter sido aprovada pelo Congresso Nacional em julho passado. O Ministério de Minas e Energia, ao qual é subordinada, aguarda a aprovação da lei que institui o regime de partilha na exploração de petróleo para criar a nova estatal – responsável pela administração dos contratos de exploração do pré-sal.

As estatais criadas por Lula obedecem à lógica do governo na qual o Estado deve entrar em áreas estratégicas onde não haja interesse da iniciativa privada. É o caso da Ceitec, a fábrica de chips (semicondutores). De acordo com um empresário do setor, o governo tem “obsessão” por um empreendimento desse tipo porque grandes economias do mundo fabricam esse produto. No entanto, nenhuma empresa de peso no mercado mundial quis investir no Brasil.

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