São Paulo (AE) – O governo boliviano do presidente Evo Morales anunciou ontem, depois de a EBX informar oficialmente que abandonará o país, que o Estado tentará expropriar o investimento já realizado pela companhia no município de Puerto Quijarro, na Zona Franca, localizada na Província de Germán Busch, próximo à fronteira com o Brasil. A afirmação foi dada pelo vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, ao periódico de La Paz La Prensa.
Dos US$ 148 milhões previstos para a construção dos fornos, US$ 50 milhões já foram investidos. Dos quatro fornos, dois estavam em construção e apenas um estava concluído. Não fosse o embargo, a produção de ferro gusa começaria em março. A empresa estima que gastará US$ 20 milhões para desmontar os equipamentos.
Ao jornal, o vice-presidente disse que o governo entrará com ações na Justiça boliviana contra a empresa por ter ?violado a Constituição Política do Estado?. Ele complementou que, na ação, o governo pedirá ao Poder Judiciário a ?expropriação dos equipamentos que (a EBX) implementou ilegalmente na localidade de Puerto Suárez?. A medida serviria para ?ressarcir? os danos que teriam sido provocados pela EBX.
?A EBX se vai porque o governo quer, mas terá de enfrentar as conseqüências jurídicas que desde o dia de hoje (ontem) implementamos?, disse Linera. Segundo ele, a saída da empresa não exime o grupo brasileiro, na visão do governo boliviano, de pagar pelo delito que cometeu. ?Isso tem sua pena?, diz Linera.