Governo admite crescimento de apenas 1,5% do PIB

A turbulência que tomou conta dos mercados nos últimos meses vai restringir o crescimento da economia este ano. O governo, que projetava um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2% neste ano, já admite algo próximo de 1,5%. ?Tudo depende da profundidade e da duração da crise?, disse à Agência Estado o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Roberto Iglesias. ?Se chegarmos às eleições em condições normais, haverá crescimento.? Além de ser pequeno, o crescimento do PIB só acontecerá porque a base de comparação é ruim.

A produção industrial caiu 0,07% na comparação entre o primeiro semestre de 2002 com igual período de 2001. ?Foi praticamente um empate de zero a zero?, disse Iglesias. Para o segundo semestre do ano, espera-se que haja crescimento porque qualquer desempenho, por mais modesto que seja, parecerá bom se comparado ao final de 2001, quando a economia amargava os efeitos do racionamento de energia elétrica, da crise argentina e dos atentados terroristas aos Estados Unidos.

Iglesias acha que será possível esperar algum impulso para a economia nesta segunda metade de ano a partir do setor exportador. Assim que for resolvido o problema das linhas de crédito, que se tornaram escassas com a crise, será possível voltar a exportar. No entanto, é difícil prever a dimensão desse efeito.

Em primeiro lugar, porque o crédito poderá não retornar nos volumes necessários logo. ?Alguns bancos estão esperando a aprovação do acordo com o Brasil pela diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI)?, comentou o secretário. Essa formalidade deverá ocorrer somente em setembro. Para que as exportações cresçam é necessário ainda que a demanda por produtos brasileiros no mercado internacional aumente, coisa que não ocorreu até agora.

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