Fundo para compensar estados
exportadores foi discutido.

Os governadores representantes das cinco regiões do País mostraram unidade na defesa de pelo menos cinco pontos durante debate realizado ontem, no Senado, sobre a proposta de emenda constitucional da reforma tributária. Eles rejeitaram o fim da cobrança do ICMS sobre produtos como combustíveis e pediram a federalização do fundo para compensação aos estados exportadores.

Sugeriram ainda a criação do fundo de desenvolvimento regional voltado para a infra-estrutura, a destinação de mais recursos para os estados e municípios, e a mudança do conceito de comprometimento das receitas dos estados com o pagamento de dívidas renegociadas com a União, que os estaria prejudicando.

Germano Rigoto (PMDB-RS), pela região sul, Aécio Neves (PSDB-MG), pela região sudeste, Marconi Perillo (PSDB-GO), pela região centro-oeste, Wilma de Faria (PSB-RN) e Eduardo Braga (PSDB-AM), pela região norte, falaram depois da exposição inicial do relator da reforma na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante.

Jucá defendeu o projeto de reforma aprovado na Câmara dos Deputados, com algumas mudanças, como a questão da cobrança do ICMS na origem ou no destino das mercadorias e a alocação de recursos para os pequenos produtores rurais no Fundo de Desenvolvimento Regional.

Mercadante disse considerar possível a unificação do ICMS em cinco alíquotas, mas a discussão sobre a cobrança no destino ou na origem e a separação definitiva entre IPI/ICMS e a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) ficariam para 2007.

O líder do governo disse acreditar que há consenso para a instituição de uma lei de responsabilidade tributária que estabelecesse um percentual máximo da carga de impostos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). O senador ofereceu aos governadores – que são contra a centralização dos investimentos federais nas regiões num fundo de financiamento privado no BNDES – uma alternativa: a regionalização do crédito do BNDES. “O fundo de desenvolvimento regional tem que estar voltado aos investimentos em infra-estrutura”, disse o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul, alertou os senadores para a grande perda provocada pelo não-cumprimento da compensação aos estados prevista na Lei Kandir. Para Aécio Neves, governador de Minas Gerais, o aumento das exportações deve ser um esforço “solidário de todos” e não um “esforço solitário dos estados”.

A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, defendeu a repartição com estados e municípios da receita da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que Perillo sugeriu se dê na base de 25%. As mudanças no ICMS devem ser melhor discutidas tecnicamente, na opinião do governador do Amazonas, Eduardo Braga.

De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o primeiro a falar depois dos representantes regionais, é fundamental a volta do princípio da unanimidade para a tomada de decisões no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne secretários estaduais de Fazenda.

Sobre o fundo de R$ 8,5 bilhões para compensação aos estados exportadores – recursos considerados insuficientes pelos governadores – Alckmin sugeriu que seja fortalecido com a definição das fontes de receitas no texto constitucional.

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