Gomide descarta novos leilões de energia

O ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, descartou hoje (3) a possibilidade de realizar novo leilão de venda de energia das geradoras federais. A decisão do ministro foi comunicada ao presidente da Associação Brasileira das Grandes Empresas Geradoras de Energia (Abrage), Flávio Neiva, que foi recebido por Gomide. Neiva, segundo a assessoria do ministério, perguntou ao ministro o que estaria sendo feito para solucionar o problema de sobra de energia no mercado.

A Abrage sugeriu a Gomide que fosse realizado um novo leilão de venda de energia ou que fosse apressada a edição, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de resolução que regulamenta os leilões de compra de energia pelas distribuidoras.

Segundo a assessoria, Gomide descartou a primeira opção por entender que não seria adequado realizar um novo leilão, uma vez que no primeiro, feito no dia 19 de setembro, foram vendidos apenas 32% dos 4.670 MW médios de energia ofertada. Na avaliação do ministro, se não apareceram compradores no primeiro leilão, provavelmente não devem aparecer interessados em uma eventual segunda rodada.

Uma das razões do desinteresse das distribuidoras de energia elétrica em participar dos leilões de venda das geradoras federais, foi o fato de que algumas delas não estão vendendo toda a energia contratada. Após o fim do racionamento de energia, a queda do consumo ficou acima de 10%, enquanto a previsão inicial era de 7%.

De acordo com a assessoria do ministério de Minas e Energia, a regulamentação dos leilões de compra, que está sendo elaborada pela Aneel, em conjunto com a Câmara de Gestão do Setor Elétrico (CGSE), deverá sair no próximo mês e pode representar uma solução para a sobra de energia. Nesses leilões as distribuidoras poderão ter regras mais flexíveis, como a data de início dos contratos. Os contratos dos leilões das geradoras vigoram todos a partir de 1 de janeiro de 2003.

Embora possam adquirir energia à vista no Mercado Atacadista de Energia (MAE), onde os preços estão baixos, as distribuidoras precisam dos leilões, pois serão obrigadas a comprar 95% da energia mediante contratos longo prazo (energia contratada). Até agora o limite é de 85%.

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