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| Gol: dívidas ficam fora. |
São Paulo – O presidente da Gol, Constantino Oliveira Júnior, disse ontem que a compra da nova Varig (anunciada anteontem por US$ 320 milhões) está livre de passivos da antiga Varig, que está em processo de recuperação judicial. Ele explicou que o leilão judicial já previa que a nova empresa não carregaria os passivos, fato que contou também com a aprovação dos credores da antiga Varig. Constantino Jr. reiterou que a Gol irá cumprir todos os compromissos assumidos pela nova Varig, como a emissão de R$ 100 milhões em debêntures.
No ano passado, o fundo norte-americano Matlin Patterson acertou a compra da empresa – depois de longo processo judicial – por US$ 24 milhões.
O executivo disse que o impacto da aquisição sobre o balanço da Gol só poderá ser avaliado depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovar o negócio, o que deve ocorrer no segundo trimestre. ?Vamos trazer a Varig rapidamente aos patamares de eficiência da Gol, neutralizando efeitos negativos, de maneira que ela possa contribuir com a melhora dos nossos resultados.?
Aeronaves
O atual plano de crescimento de frota da Gol não sofrerá mudanças por conta da aquisição da nova Varig, segundo informou Constantino Jr.. Ele afirmou também que a empresa não irá transferir parte dos pedidos já feitos à Boeing para atender às necessidades da Varig.
Constantino afirmou, ainda, que pretende dobrar o número de funcionários da Varig. A Gol, com 66 aeronaves, prevê, também, aumentar a frota da Varig, dos atuais 17 aviões para 34 – 20 Boeings 737 e 14 aeronaves 767 – em cronograma a ser definido em breve.
Vazamento
O presidente da Gol afirmou que está tranqüilo em relação aos questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a respeito de um suposto vazamento de informação sobre a compra da nova Varig. ?Estamos abertos para prestar esclarecimentos e colaborar com a investigação?, declarou.
Constantino Jr. lembrou que a mídia vinha explorando o assunto há algum tempo, mas negou que tenha ocorrido vazamento sobre a efetivação do negócio.
Lula pede à Anac pressa na análise do negócio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) analise no menor espaço de tempo possível a validade da compra da Varig pela Gol. A informação foi dada por Milton Zuanazzi, presidente da agência.
O pedido foi feito dois dias depois de o presidente ter posto parte da culpa do caos aéreo nas companhias. Ele chegou a dizer que as duas maiores empresas do setor não estavam conseguindo absorver a demanda do mercado aéreo.
Para Zuanazzi, o prometido investimento de recursos da Gol na Nova Varig cria a perspectiva de crescimento da empresa e de geração de novos empregos. Segundo ele, as principais causas para a crise do setor aéreo não estão sob a responsabilidade da agência.
?Problemas de equipamentos, de controle do espaço aéreo, de aeroportos, nada disso está afeito à Anac. Evidentemente, a agência tem uma responsabilidade com os usuários. Esses problemas acabam afetando os usuários, mas não estão sob nossa decisão, nem sob nosso orçamento, essas responsabilidades?, concluiu. (AE)