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Gigantes perdem US$ 131 bi com ameaça de inquérito

O cerco está se fechando para as gigantes de tecnologia: ontem, ameaças de investigações sobre concorrência desleal fizeram Apple, Amazon, Google e Facebook perderem US$ 131 bilhões em valor de mercado na Bolsa. Isso porque, desde o fim de semana, a imprensa americana tem noticiado que a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) e o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ, na sigla em inglês) fizeram um pacto para iniciar inquéritos sobre as empresas. Paralelamente, um comitê de deputados dos partidos Democrata e Republicano também decidiu iniciar sua investigação.

A notícia fez as ações das gigantes caírem ontem: Google e Facebook se desvalorizaram em mais de 6%, enquanto a Amazon teve queda de 4,5% e a Apple, de 1% – a empresa do iPhone foi menos impactada por conta da boa reação dos anúncios na WWDC, sua conferência de desenvolvedores, realizada ontem (leia mais abaixo).

Segundo disseram fontes a veículos como o Wall Street Journal e a agência de notícias Reuters, o Departamento de Justiça e a Comissão Federal do Comércio vão dividir as investigações – a primeira vai fiscalizar Google e Apple, enquanto a FTC ficará com a Amazon e o Facebook. Vale lembrar que a agência reguladora já está investigando o Facebook por quebra de acordo sobre proteção de privacidade de usuários pelo caso Cambridge Analytica.

Já a investigação na Câmara dos Deputados americana será realizada pelo Comitê de Antitruste da casa. Procuradas pela imprensa americana, as empresas se negaram a comentar o assunto. O mesmo vale para o Departamento de Justiça e a Comissão Federal do Comércio, que não costumam divulgar preparações para inquéritos.

Contexto. Caso as operações se confirmem, será um enorme golpe em um dos principais setores da economia americana. Hoje, a indústria de tecnologia tem sido vista como vilã, por ter empresas que retêm muito poder e podem gerar danos aos usuários ou à competição nos mercados. Vale lembrar ainda que o Google, por exemplo, já foi multado três vezes pela União Europeia em questões antitruste.

Outro aspecto relevante a ser considerado é o fato de que o presidente americano, Donald Trump, é um crítico severo das empresas de tecnologia. Segundo Trump, as redes sociais e o Google oprimem o discurso conservador em suas plataformas. Além disso, o republicano também costuma criticar a Amazon por “obter vantagens injustas” do correio americano, sem fornecer detalhes sobre o assunto.

As gigantes de tecnologia também estão na mira de candidatos democratas à presidência dos EUA, em disputa marcada para o ano que vem. As manifestações mais fortes vêm de duas senadoras: Elizabeth Warren e Kamala Harris, defensoras da tese de que as empresas do setor têm de ser divididas ao meio, como já aconteceu, por exemplo, com a Standard Oil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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