Gasolina pode subir semanalmente

Rio

(AE) – O “gatilho” da gasolina chegou ao fim e a Petrobras pode adotar reajustes mais freqüentes no preço dos combustíveis a partir deste mês. Os aumentos que entraram em vigor anteontem foram os últimos que seguiram a fórmula quinzenal proposta há três meses. A expectativa do mercado é de que a empresa acompanhe mais de perto as variações do mercado internacional e do câmbio e aplique reajustes semanais. Este ano os preços da gasolina e do diesel já subiram, respectivamente, 29% e 30% nas refinarias.

A Petrobras limitou-se a informar que, a partir de agora vai reajustar os preços, “quando for necessário”, sem adiantar se haverá um prazo mínimo para as novas alterações. “Com o fim do período de vigência da política de transição, a Petrobras manterá seus preços alinhados com os preços de mercado internacional”, informou à Agência Estado a assessoria de imprensa da companhia, frisando que as alterações podem ser para baixo e para cima.

A fórmula de reajuste quinzenal – segundo a qual a empresa se comprometia a manter um prazo mínimo de 15 dias entre um reajuste e outro – foi criada para que o consumidor se acostumasse à liberação dos preços, determinada em janeiro, e teria vigência de 90 dias. Para o diesel, o prazo expirou no dia 28 de junho. Para a gasolina, acaba no dia 6.

“A empresa deve adotar períodos de reajuste mais curtos talvez uma vez por semana”, aposta a consultora Fabiana Fantoni, da Tendências. O consultor Carlos Eduardo Domingues, da Downstream Consultoria, também acredita que a estratégia mais provável será promover reajustes semanais. “Algumas empresas mexem nos seus preços diariamente, mas acho difícil a Petrobras seguir esse modelo”, diz.

Há pouco mais de um mês, o gerente-geral de Comércio Interno da estatal, Alípio Ferreira Pinto, chegou a admitir a possibilidade de reajustes mais freqüentes no preço dos combustíveis. Em palestra no Rio, o executivo fez uma defesa dos reajustes diários, citando países e empresas que adotam esta fórmula. A Petrobras, no entanto, negou que isto viesse a ser seguido no Brasil.

Fornecedores

A companhia está finalizando negociações para os novos contratos de fornecimento com as distribuidoras de combustíveis, seguindo a nova regulamentação pós-abertura do setor. Os documentos, porém, não deixam explícito como os preços serão reajustados, diz uma fonte de uma distribuidora. Para ele, no entanto, a Petrobras deve segurar ao máximo os aumentos durante o período eleitoral.

O executivo lembra que a empresa tem aumentado mais o diesel que a gasolina para, segundo ele, evitar o impacto inflacionário que tem a gasolina. De fato, foram cinco aumentos no preço do diesel e quatro no da gasolina desde a redução dos preços na virada do ano. A estatal chegou a surpreender o mercado em maio, quando reduziu o preço da gasolina em 1,08%, apesar da tendência de alta no mercado internacional.

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