Gasolina não vai baixar mesmo sem greve na Nigéria

O fim da greve na Nigéria não deverá significar redução no preço da gasolina, a não ser que haja decisão política nesse sentido. A avaliação técnica do governo – a mesma que permitiu à ministra Dilma Rousseff anunciar uma possível queda de preços – é que houve aumento na cotação desse derivado no mercado internacional.

O aumento da cotação da gasolina teria consumido todo o potencial de redução do preço do combustível no Brasil, estimado em 10%. Uma redução dessa ordem, no entanto, poderia ainda ser aplicada ao óleo diesel.

Para o gás de cozinha, se prevalecessem critérios técnicos, deveria haver aumento de preço. Ou seja, o valor cobrado pela Petrobras está defasado em relação do mercado internacional. O governo, no entanto, deve adotar uma decisão política para reduzir o preço do gás, considerado produto básico para a população.

Para o gás de cozinha, além de mudanças na estrutura regulatória do setor – como a liberação para que os revendedores comprem gás de vários distribuidores diferentes -, a área econômica do governo federal está estudando a criação de um subsídio para a redução do preço do produto por meio do aumento da Cide (contribuição sobre o consumo de combustíveis).

Desencontro

O governo vem dando informações desencontradas a respeito dos preços dos combustíveis. Na terça-feira da semana passada, a ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) disse que “muito provavelmente” o preço cairia ainda naquela semana. Depois de ter informado a imprensa da grande possibilidade de redução, a ministra foi a uma reunião com José Eduardo Dutra, presidente da Petrobras, e Antônio Palloci Filho (Fazenda), na qual se decidiu que os preços seriam mantidos.

Na quarta-feira, a ministra informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma greve na Nigéria – grande produtor de petróleo – teria impedido a redução dos combustíveis. No mesmo dia, Palloci também disse que não haveria redução de preços. A greve na Nigéria teria forçado a alta dos preços.

Anteontem foi anunciado o fim da greve na Nigéria e, portanto, esperava-se que o Ministério de Minas e Energia anunciasse redução. No entanto, o aumento da cotação do preço da gasolina no mercado internacional não está relacionado com a greve na Nigéria. Ou seja, a normalização da produção nigeriana não deve significar, necessariamente, redução no preço da gasolina.

Por meio de sua assessoria, Dilma Rousseff informou ontem que o ministério ainda analisa o cenário internacional e que, portanto, não há por enquanto definição sobre mudanças nos preços dos combustíveis.

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