Gasolina beira R$ 2 e culpado é o álcool

Nova onda de alta no preço dos combustíveis do Paraná, apesar de não haver nenhuma elevação nas refinarias. Segundo informações do Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista), as distribuidoras estão repassando reajustes médios de R$ 0,18 no litro do álcool hidratado e de R$ 0,045 na gasolina, que tem 25% de álcool anidro na mistura. “Todas as companhias estão comunicando o aumento, que fatalmente chega ao consumidor ainda nesta semana”, diz o presidente do Sindicombustíveis/PR, Roberto Fregonese. “Em Londrina, um revendedor que tinha recebido o álcool por R$ 0,84 anteontem (segunda-feira), hoje (ontem) pagou R$ 1,01”, exemplifica.

Apesar da alta, Fregonese acredita que o preço da gasolina em Curitiba não passe de R$ 2,00. “O aspecto psicológico também deve ser levado em consideração”, indica. “O posto que colocar R$ 2 não vende e o que põe R$ 1,99, vende”. De acordo com o último levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o preço médio em Curitiba era R$ 1,899, variando de R$ 1,829 a R$ 1,99. Porém muitos postos já estavam vendendo gasolina entre R$ 1,92 e R$ 1,95. O presidente do Sindicombustíveis/PR. Ele estima que com o valor maior do álcool anidro, o litro da gasolina passe a custar entre R$ 1,95 e R$ 1,99 na capital.

De acordo com Fregonese, os revendedores estão preocupados com o impacto da elevação do álcool. Em Curitiba, o litro varia de R$ 0,919 a R$ 1,379, custando em média R$ 0,987, conforme a última pesquisa da ANP. Os preços vinham caindo devido ao início da moagem da safra de cana-de-açúcar. Fregonese relata que o custo já apresentava variação de R$ 0,10 entre as companhias distribuidoras, de R$ 0,84 a R$ 0,94. Com o aumento, o litro pode chegar a R$ 1,16 nas bombas, caso seja aplicado o percentual integral de aumento. “Para nós, não interessa se o preço está alto ou baixo, desde que as margens sejam mantidas. Mas o consumidor sente a diferença na hora de abastecer”, analisa.

“Embora o volume de álcool represente pouco mais de 20% das vendas dos postos do Paraná, o que nos incomoda mais é o aumento da gasolina”, ressalta Fregonese. Ele lembra que após nove semanas sucessivas de queda – culminando com a operação de fiscalização que desencadeou a interdição de postos – os preços tiveram ligeira recuperação nas três últimas semanas.

A explicação para o aumento do álcool seria uma elevação dos preços de venda das usinas. A reportagem tentou ouvir a versão da Alcopar (Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná), mas o presidente e o superintendente estavam em Brasília com os celulares desligados.

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