Gado importado do Canadá e dos EUA será rastreado no Brasil

Brasília – O governo federal vai liberar entre R$ 300 mil e R$ 500 mil para rastrear 4.200 animais Puros de Origem (PO) importados do Canadá e Estados Unidos, de 1975 até agora. A medida foi aprovada hoje durante a 1ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina.

A prevenção é porque o Canadá confirmou um caso de vaca louca em maio deste ano. Por isto, também, continuam suspensas as importações dos animais PO do Canadá, ?enquanto avaliamos melhor a situação?, como garante o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Amauri Dimarzio.

De acordo com o sumário dos Animais na Base Nacional de Dados, já foram solicitados os cadastramentos de 18.207.795 cabeças de gado. Outras 12.842.582 estão com as certificadoras e, atualmente, mais de 5.365.213 cabeças de gado do rebanho nacional estão registradas no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Isto atende às exigências da União Européia para importar carne bovina brasileira.

O secretário Dimarzio garantiu que a Defesa Animal do Ministério vai acompanhar todos os animais importados, até que eles sejam abatidos. Este monitoramento faz parte da estratégia brasileira de prevenção ao mal da Vaca Louca, nome mais conhecido da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), pois o Brasil é livre desta doença.

Dimarzio afirma ainda que o governo manterá o calendário da rastreabilidade bovina. ?Não abriremos mão do prazo limite do dia 15 deste mês para que toda a carne bovina exportada para a União Européia seja rastreada há pelo menos 40 dias antes do abate dos animais?.

Além disso, hoje foi confirmado que uma missão russa vai visitar 11 estados brasileiros com o objetivo de habilitar novos estabelecimentos para a exportação de carnes bovina e suína, e também inspecionar matadouros e entrepostos frigoríficos já credenciados. A missão russa, composta por quatro veterinários, visitará Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Distrito Federal e Rondônia, tudo a partir da próxima quinta-feira (10).

A missão vai vistoriar 50% dos estabelecimentos brasileiros credenciados a comercializar carnes suína e bovina para o mercado russo, ficando o restante para nova visita que deverá acontecer antes do final do ano. No dia seis de agosto os russos se reúnem, em São Paulo, com técnicos dos departamentos de Defesa Animal e de Inspeção de Produtos de Origem Animal, da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério, para uma avaliação conjunta dos resultados da visita.

Protesto

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou hoje sua contrariedade à proposta de elevação da Tarifa Externa Comum (TEC), no Mercosul, do produto Invermectin, principio ativo de vários vermífugos utilizados no rebanho nacional. A proposta está em análise no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com a sugestão de elevar a TEC de 2% para 14%.

De acordo com a CNA, isto vai resultar num aumento de 7% no preço final da carne para o consumidor, em 7%. Além disso, conforme o setor empresarial, resultaria num gasto adicional de US$ 6 milhões, ao ano, para a pecuária de corte brasileira. (Adriano Gaieski)

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