Gabardo ainda pressiona Catlog

Caminhoneiros cegonheiros ligados à transportadora Gabardo, que até o dia 24 do mês passado prestavam serviços à Renault, fecharam ontem, das 6h30 às 8h30, uma das pistas da BR-277, na altura do quilômetro 71, próximo ao Clube dos Professores. Sendo assim, a passagem de Curitiba para Paranaguá ficou impedida, o que acabou acarretando em longas filas de carros e caminhões.

O objetivo dos manifestantes era protestar contra a quebra de contrato da Catlog, empresa que presta serviços na área de logística de transportes para a Renault, com a Gabardo. “No último dia 25 de abril, os cegonheiros chegaram na Renault para trabalhar e descobriram que os serviços de outra transportadora, a Axis Sinimbu, estavam sendo utilizadas. Todos ficaram revoltados e, em protesto, se colocaram em frente a um dos portões da fábrica de automóveis, impedindo que ela funcionasse normalmente”, lembra o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Veículos e Contâiners do Estado do Paraná, Afonso Rodrigues de Carvalho.

Segundo Afonso, quarenta cegonheiros autônomos, que prestavam serviços à Gabardo, e quarenta cegonheiros fixos, contratados pela transportadora, ficaram sem trabalho. “Os quarenta funcionários fixos acabaram sendo transferidos para outros serviços, mas os autônomos ficaram desempregados”, conta. “Muitos ainda estavam pagando os seus veículos ou haviam feito investimentos em equipamentos. Agora, não têm como pagar suas dívidas e estão com dificuldades até para garantir o sustento da família. A Gabardo prestava serviços à Catlog desde 1992. Não esperávamos que este problema fosse ocorrer, pois a parceria sempre deu certo”.

Recentemente, a Catlog ofereceu quinze vagas em outra empresa aos cegonheiros autônomos desempregados. Porém, o Sindicato está descontente e quer que todos voltem a trabalhar. “Ainda não sabemos em que empresa as vagas foram abertas. Elas talvez resolvam o problema de quinze cegonheiros, mas 25 continuarão em situação crítica. Queremos que sejam abertas mais vagas e todos voltem ao trabalho”, afirma.

Afonso conta que, em abril, a Catlog teria alegado que a mudança de transportadora estaria ocorrendo devido a atrasos na entrega dos veículos. Os cegonheiros negam que o problema tenha ocorrido. “Juntamos documentos e conseguimos provar que os serviços da Gabardo estavam sendo prestados de forma eficiente e dentro do prazo exigido. Até hoje não entendemos direito o que aconteceu, mas vamos lutar para que tudo seja resolvido”.

O Estado

não conseguiu contato com a empresa de logística de transportes Catlog. (Cintia Végas)

Voltar ao topo