G-20 quer xerife global para bancos

Para combater a crise mundial, líderes reunidos na cúpula do G-20 devem propor hoje maior coordenação entre os órgãos reguladores de cada país, uniformização de regras contábeis, supervisão de fundos hedge e de agências de classificação de risco, regras para remuneração de executivos e maior poder para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Mesmo sem a presença do presidente eleito Barack Obama, os líderes devem conseguir ao menos chegar aos pontos básicos de um plano de resgate da economia mundial”, diz uma fonte que acompanha as negociações. Diplomatas e economistas passaram o dia costurando os últimos ajustes para o comunicado do G-20. Tudo indicava que haveria consenso em relação à criação de um colegiado para supervisionar os 30 maiores bancos transnacionais (incluindo o Itaú-Unibanco e o Bradesco), idéia lançada pelo primeiro-ministro britânico Gordon Brown.

O novo órgão de supervisão reuniria reguladores de vários países para supervisionar e monitorar os riscos assumidos por 30 grandes bancos que atuam em vários países.

O órgão proposto ficaria bem longe da “Interpol financeira” desejada pelos franceses. John Williamson, economista do Instituto Peterson de Economia Internacional, acha que o colegiado é um meio-termo entre as posições mais extremas. A França queria um órgão com poderes sobre as regulamentações de cada país, enquanto os EUA se opunham a qualquer agência transnacional de regulação. “Se realmente incluírem o colegiado no comunicado, será muito positivo, um resultado mais concreto do que esperávamos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.