Os líderes dos G-20 parecem ter desistido dos esforços para um acordo sobre um imposto global bancário, afirmando que os países devem ser livres para examinar “uma série de abordagens políticas”.

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Oito meses depois de a questão ter sido incluída na agenda pelo ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, o comunicado do G-20 disse que os países devem assegurar que os bancos contribuam com o pagamento dos custos de uma crise futura, mas deixaram cada país livre para lidar com a questão da maneira como quiserem.

“Nós concordamos que o setor financeiro deve fazer uma contribuição justa e substancial para pagar quaisquer ônus associados a intervenções governamentais, onde elas ocorrerem, para reparar o sistema financeiro ou fundo para resolução”, diz o comunicado. “Alguns países são favoráveis a uma taxação financeira”, lembra a nota.

Na reunião do G-20 realizada em novembro de 2009, com ministros de Finanças e integrantes de bancos centrais em St. Andrews, na Escócia, Brown lançou a ideia de um imposto ou taxa global sobre transações. A ideia ganhou força depois que o presidente Barack Obama anunciou, em janeiro, que seu governo lançaria um imposto aos bancos, enquanto outros países da Europa, dentre eles França e Alemanha, também apoiaram a medida.

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Porém, esses países não chegaram a um acordo sobre que tipo de imposto seria criado, enquanto um número crescente de governos integrantes do G-20, liderados pelo Canadá, foram contrários à ideia. O Canadá argumentou que seus bancos, que já respeitavam rigorosas regras antes da crise financeira de 2008, não poderiam ser punidos por erros cometidos por outros bancos em outros países. O país já havia sugerido uma abordagem alternativa que poderia exigir capital “de contingência”. O Canadá argumentou que o foco deveria estar em padrões mais rígidos de capitalização e liquidez. Austrália e Brasil concordaram com a opinião canadense. As informações são da Dow Jones.