Fusão Varig/Tam vai enxugar empresa

Brasília – A empresa aérea que vai surgir da união entre a Varig e a TAM terá 16 mil funcionários, quatro mil a menos do que a soma das estruturas atuais das duas companhias. A nova empresa vai nascer com 20 mil funcionários (12 mil da Varig, Rio Sul e Nordeste e 8 mil da TAM), mas já está acertado que serão feitas quatro mil demissões. As dispensas serão proporcionais ao quadro de cada empresa (60% da Varig e 40% da TAM) e seguirão, num primeiro momento, um plano de demissão voluntária.

Segundo um executivo que está participando das negociações, para evitar tratamento privilegiado será contratada uma empresa especializada em recursos humanos para fazer o corte. Os sindicatos e representantes dos trabalhadores também serão chamados a participar do processo. Os custos com as demissões serão de responsabilidade da nova empresa.

Os 15 mil funcionários das outras empresas do grupo Varig terão seus empregos preservados. Isto porque, pelo plano de fusão, estas subsidiárias permanecerão com a Fundação Ruben Berta, atual controladora da Varig. São elas: VEM (Engenharia e Manutenção), Varig Log (cargas), Sata (serviços auxiliares nos aeroportos) e Rede Tropical de Hotéis.

Os programas de milhagem da Varig e da TAM serão unificados. Os passageiros com milhas acumuladas terão seus direitos atuais garantidos até a assinatura do contrato definitivo entre as duas companhias, previsto para acontecer em setembro. Depois disso, será estabelecida uma norma de transferência para as regras do programa de milhagem que será montado pela nova empresa. Nenhum passageiro perderá milhas.

Esses detalhes constam do acordo de união acertado pelas duas empresas, que deverá ser assinado nesta semana, em Brasília. Para garantir a receita dessas empresas, que têm um faturamento anual de US$ 600 milhões, elas assinarão contrato de exclusividade com a nova companhia.

O contrato com a VEM será de 18 meses. Depois desse prazo, a nova empresa vai comprar ações da VEM (cerca de 15% do capital), o que lhe dará direito de indicar um diretor na empresa de engenharia.

O plano fixou apenas a participação da Varig no capital da nova empresa, que será de 5%. Pesou na definição desse percentual o elevado grau de endividamento da Varig, com um patrimônio negativo de cerca de R$ 4 bilhões. A parte da TAM e dos demais credores será decidida pelo BNDES.

O documento afirma, ainda, que a Varig terá um assento no Conselho de Administração da nova sociedade e a marca Varig será preponderante na nova empresa aérea.

Voltar ao topo