O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou que "vale a pena apostar" numa taxa de câmbio melhor para os exportadores neste ano. A afirmação do ministro foi feita na abertura da Couromoda, em São Paulo, uma feira do setor calçadista, quando discursou para uma platéia de lojistas e representantes de entidades, que reclamaram da desvalorização do dólar, atualmente em torno de R$ 2,70, considerada pouco competitiva para as exportações brasileiras.
"O governo federal está preocupado com isso, está cuidando do assunto", afirmou o ministro, que citou possíveis medidas para permitir que o exportador possa repatriar divisas com maior flexibilidade de modo a evitar excesso de oferta de moeda "em períodos sazonais".
"Eu arriscaria dizer que vale a pena fazer uma aposta numa taxa de câmbio melhor do que o patamar atual neste ano de 2005, porque só assim nós vamos consolidar um espaço conquistado no mercado externo e ao mesmo tempo continuar desenvolvendo o País", disse ele.
Mais tarde, em entrevista coletiva à imprensa, o ministro afirmou que o Ministério da Fazenda "está estudando medidas que possam atenuar o efeito para o exportador de ser obrigado a internar divisas num momento em que a taxa de câmbio não favorece".
De acordo com Furlan, se essas medidas puderem ser adotadas, o exportador vai poder escolher o momento para desembolsar a moeda, quando a cotação não estiver muito baixa. Ele não forneceu maiores detalhes sobre a medida nem sobre quando poderiam ser adotadas.
Furlan voltou a afirmar que a taxa de câmbio "ideal" para exportador estaria em torno de R$ 2,90 e R$ 3, mas ressaltou que "nem sempre é possível a gente ter o que a gente quer". "Como já diziam os antigos, o bom não pode ser inimigo do ótimo", afirmou.


