Furlan critica presença tímida do Brasil em Davos

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan criticou a pequena participação do governo brasileiro no encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça). Segundo ele, a divulgação no exterior dos "avanços da economia brasileira" nos últimos anos são ainda mais relevantes em tempos de instabilidade financeira mundial, como os atuais, e podem ajudar o "descolamento" do País.

O Brasil será representado a partir de amanhã (o encontro começou ontem) por dois integrantes do primeiro escalão do governo no evento em Davos: o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Amorim se concentrará nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorrerão paralelamente ao Fórum Econômico.

Essa pequena presença oficial brasileira contrasta com o que ocorreu, por exemplo, em 2003 e no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento acompanhado de uma ampla comitiva de ministros – entre eles Furlan – e empresários.

"Eu acho difícil, mas não impossível que a economia brasileira se descole da situação que estamos vendo no exterior, ainda é cedo para saber", disse Furlan, que atualmente preside a Galf Empreendimentos, grupo de investimentos. "Mas para isso é importante que a situação do Brasil seja permanentemente mostrada aos estrangeiros.

Segundo Furlan, "Davos é uma máquina de fazer negócios e o Brasil ainda não descobriu isso". E deu um exemplo concreto: "Aqui você está sentando, vê o Tony Blair (ex-primeiro ministro britânico) passando e vai falar com ele." Após a afirmação, Furlan se levantou e foi conversar durante alguns minutos com Blair, que circulava pelo local. "Viu só como é fácil?", brincou Furlan com os jornalistas, iniciando em seguida uma conversa com o comissário europeu do comércio, Peter Mandelson.

Voltar ao topo