Os cerca de quatro mil funcionários da Usina Central do Paraná S/A que estão em greve há seis dias fizeram várias manifestações ontem, em Porecatu, na região norte do Estado. Logo cedo eles se reuniram na empresa e saíram em carreata pelas ruas da cidade. Por volta das 8 horas eles fecharam a PR-170, nos dois sentidos. A estrada liga a cidade a General Carneiro, além de cortar o Paraná de norte a sul. A rodovia ficou fechada por duas horas e provocou um congestionamento de cinco quilômetros.
De acordo com a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Paraná, a greve ocorre porque os funcionários da usina estão com os salários atrasados há dois meses. Vários sindicatos estão apoiando o movimento dos funcionários. Cleison Ramos, do Sindicato da Alimentação de Jaguapitã, disse que além de não receberem, os trabalhadores também não estão tendo o recolhimento do FGTS no contracheque. Ele reclamou que até agora os representantes da empresa não deram nenhuma satisfação aos funcionários.
Durante toda a semana, os trabalhadores vêm realizando várias manifestações por conta da greve. Ontem, um culto ecumênico foi feito na cidade e o comércio fechou as portas. A usina, por sua vez, não atende a reportagem. Tanto na semana passada como ontem, a reportagem de O Estado procurou os representantes do local, mas não obteve retorno nas duas ocasiões. A usina é uma das mais importantes na região, e atende várias cidades na região do Paranapanema, como Alvorada do Sul, Centenário do Sul, Miraselva e Florestópolis. Porecatu fica quase na divisa com São Paulo.
A usina pertence ao grupo Atal-la, mas na semana passada boatos deram conta de que a empresa teria sido vendida para o grupo Cosan, um dos mais representativos no setor sucroalcooleiro. Questionada sobre a aquisição, a assessoria de imprensa da Cosan informou que ?não comenta especulações de mercado?. Portanto, a informação ainda não foi confirmada. A usina produz cerca de 180 mil litros de álcool por dia, além de 18 mil sacas de açúcar.


