Fuga de capitais eleva dólar e risco-País dispara

Os investidores estrangeiros aceleraram, ontem, a retirada de recursos dos países emergentes, na véspera da decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre os juros. No Brasil, o dólar cravou a maior alta percentual dos últimos nove meses, aproximando-se da marca de R$ 3, e o risco-País disparou mais de 4%. A Bolsa de Valores de São Paulo passou a maior parte do dia em baixa, mas fechou em alta de 0,52%, aos 19.708 pontos e movimento financeiro de R$ 933 milhões.

A moeda norte-americana avançou 1,67% e terminou cotada a R$ 2,981, o maior valor desde o dia 1.º de setembro do ano passado, quando estava em R$ 2,986. Na máxima de ontem, a divisa foi negociada a R$ 2,992, uma alta de 2%.

A “desova” de títulos da dívida e de ações do País se acentuou. O risco brasileiro encostou no patamar de 700 pontos, com uma máxima de 696 pontos. No final dos negócios no mercado de câmbio, o indicador, medido pelo banco americano JP Morgan, apontava 690 pontos, uma elevação de 4,2%, o maior nível desde agosto do ano passado.

A palavra de ordem é tentar se antecipar a uma depreciação maior dos ativos brasileiros, vedetes dos mercados emergentes. Vários motivos -internos e externos – levaram à turbulência que atingiu todos os mercados nas últimas semanas.

Os investidores internacionais – que, no ano passado, haviam apostado suas fichas nos mercados emergentes -começaram neste ano a mudar de posição, animados pela melhora na rentabilidade dos títulos americanos.

A expectativa é que o Fed mantenha hoje a taxa anual em 1%, a menor dos últimos 46 anos, mas a nota do encontro deve trazer uma avaliação sobre a melhora do mercado de trabalho, uma senha para aposta na alta do juro em breve.

O temor de uma desaceleração da economia da China, o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, também preocupa os investidores. O país mais populoso do mundo cresce mais de 9% e pode tomar outras medidas para esfriar sua economia, como uma alta dos juros ainda neste mês.

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