Franquias estão de olho no mercado paranaense

Marcas que são fortes em outros estados, tanto na área de serviços como de produtos, estão de olho no mercado paranaense. É o que ficou demonstrado na sétima edição da Franchising Fair – Feira de Franquias – que aconteceu de quinta-feira até ontem, em Curitiba. Segundo o organizador da feira, Ademar Pahl, cerca de 90% das 35 marcas expositoras eram de outros estados.

“Não é uma feira de franquias paranaenses. Há algumas daqui, como a Apolar, a Purific, mas a grande maioria é de fora”, apontou Pahl. Caso da Parmeggo, franquia no setor de alimentos que surgiu em Campinas, interior de São Paulo, há cinco anos, e que conta com 13 lojas em todo o País – nenhuma delas no Paraná.

Segundo o diretor Marcelo Rocha, é a segunda vez que a franqueadora participa da feira no Estado. O alto investimento – cerca de R$ 315 mil, podendo chegar a R$ 450 mil – acaba afastando possíveis interessados.

“É um investimento considerável para tomada de decisão”, reconhece Rocha, lembrando que um ponto bom chega a custar entre R$ 80 mil e R$ 150 mil. O lucro líquido, segundo Rocha, varia entre 12% e 17% do faturamento bruto.

De acordo com Rocha, os franqueados da rede têm entre 22 e 47 anos. “Há de tudo: pessoas que só querem investir e não querem operar, e aquelas que querem de fato operar”, contou, lembrando que entre os franqueados há dois médicos.

“Para ser um franqueado é preciso ter comunicação boa, tino comercial voltado para gerenciamento de pessoas e produtos, ser empreendedor e, principalmente, dedicar-se ao negócio, trabalhar 10 a 11 horas por dia”, enumerou.

Outra que está de olho no mercado paranaense é a Rede Brasil Aluguel de Veículos, com sede no Espírito Santo, onde mantém nove lojas. Em todo o País, são 18 unidades. No caso da locadora de veículos, o investimento também é alto: cerca de R$ 300 mil, incluindo a compra de dez veículos populares.

“O nosso diferencial é que não cobramos royalties, mas uma taxa fixa por mês”, explicou a gerente de franquias, Jaqueline Moraes de Melo. Ou seja, se uma locadora iniciar o negócio com dez veículos e aumentar a frota para cem, continuará pagando a mesma taxa mensal – no caso de Curitiba, R$ 1,5 mil. “O investimento é alto, mas dá retorno”, garantiu Jaqueline.

Para ela, uma das vantagens do negócio é o fato do produto ser o carro. “Se não der certo, há os carros para serem vendidos.” Além disso, os franqueados têm descontos junto às montadoras. A projeção da marca é aumentar em 30% o número de franquias até 2010.

Com 52 lojas em dez estados -três delas no Paraná, em Maringá, Cascavel e Londrina – a Exclusiv Franchsing (franquia de sorvetes da Nestlé) quer estar, em 2010, com 80 lojas e cem quiosques.

“O quiosque é uma operação nova, que começou há quatro meses. O investimento é bem menor do que o de uma loja – R$ 20 mil contra R$ 80 mil a R$ 100 mil de uma loja – e o franqueado não precisa investir em equipamentos”, explicou o diretor comercial da Exclusiv, Gilson Kurtz.

O espaço exigido também é menor: 16 metros quadrados contra 80 a 170 metros quadrados de uma loja. Segundo Kurtz, a intenção é abrir pelo menos oito quiosques em Curitiba a partir da Feira de Franquias. O faturamento bruto estimado para quiosques é entre R$ 8 mil e R$ 14 mil por mês – 10% disso vão para os royalties.

Também nessa faixa de investimento é possível se tornar um franqueado do Kumon, método japonês de ensino que chegou ao Brasil em 1977. Hoje, são cerca de 1,7 mil unidades em todo o País, aproximadamente 150 delas no Paraná.

“Entre 2005 e 2007, não abriram novas franquias. Foi um período de reestruturação, estabelecimento de novo modelo, melhoria da qualidade”, explicou Altair Prevedello Júnior, gerente de expansão da franqueadora.

Segundo Prevedello, o investimento para se tornar um franqueado do método é a partir d,e R$ 8 mil, dependendo a cidade. O valor inclui a mobília básica, aluguel de uma sala comercial – cerca de 20 metros quadrados, capaz de atender entre seis e oito alunos por hora -, relógio digital, ar-condicionado.

Além disso, há a taxa de franquia no valor de R$ 2,3 mil e o pagamento de royalties – 45% do faturamento bruto nos 12 primeiros meses e 40% a partir do 13º mês.

O rendimento estimado para uma unidade com 50 a 60 alunos é de aproximadamente R$ 7 mil, segundo Prevedello, e a projeção de lucro líquido é de 20% a 25% desse montante. Para 2009, a expectativa é abrir 200 novas unidades.

Expansão

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor está em franca expansão: entre 2001 e 2007, o número de franquias dobrou, passando de 600 para 1.197. O faturamento acompanhou o crescimento, passando de R$ 25 bilhões em 2001 para mais de R$ 45 bilhões seis anos depois.

“É preciso participar das palestras para escolher a franquia certa, tem que informar com quem já é franqueado, identificar-se com a área escolhida. O franqueador também é criterioso: ele não vai vender a marca para quem não vende, porque isso denigre a imagem”, arrematou Ademar Pahl.