Franquia não é sinônimo de sucesso

Investir em franquia não é necessariamente um bom negócio, como muita gente pensa. Apesar de todos os atrativos por trás de marcas reconhecidas internacionalmente, a atividade apresenta riscos se não houver planejamento. “Noventa por cento das pessoas acreditam que comprando uma franquia vão ter sucesso garantido em seu empreendimento. Esta é uma idéia falsa, pois as pessoas devem saber avaliar muito bem o segmento de negócios que escolhem”, afirma João Baptista da Silva Júnior, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF). No Brasil, há 800 empresas franqueadoras e cerca de 50 mil unidades franqueadas que movimentam anualmente cerca de US$ 20 bilhões e geram em torno de 300 mil empregos.

Os dados do setor foram divulgados ontem, no hotel Bourbon, em Curitiba, durante uma palestra do presidente da ABF a comerciantes do Parque Jockey Shopping. Silva Júnior explicou que o sistema de franquias acomoda os principais segmentos de negócios – de postos de gasolina a laboratórios clínicos. Segundo ele, “o sistema representa uma união de forças e interesses e é uma metodologia de expansão que, se bem aplicada, minimiza os riscos para os empresários”.

Porém o presidente da ABF advertiu que, para evitar futuros transtornos, os possíveis franqueados não podem se deixar levar por modismos. Devem avaliar se a marca, os produtos e serviços da empresa franqueadora realmente agradam e interessam aos integrantes da comunidade onde atuam. “Os empreendedores devem ter muito cuidado na hora de escolher seus parceiros. Devem avaliar a força da marca, o suporte que as empresas franqueadoras oferecem e se os produtos atendem aos desejos dos consumidores”, ressalta Silva Júnior.

Outra sugestão é que os futuros franqueados façam uma auto-análise e saibam bem o que realmente esperam do negócio. De acordo com o presidente da ABF, muitas vezes as pessoas iniciam um negócio viável, mas que não atende às suas expectativas. “Por isso, acabam frustradas e decepcionadas.”

Shoppings

Muitas das franquias existentes estão instaladas dentro de shopping centers. Isto, de acordo com o diretor de desenvolvimento da Sonae Enplanta, responsável pela construção do Parque Jockey Shopping, João Miranda, acaba dando maior segurança ao negócio. “Os shoppings centers geralmente já possuem uma estrutura de marketing e serviços melhor estruturada, o que ajuda o franqueado”, diz.

Foi isto que levou a empresária Rosangela Fortis Netto a investir no setor. Ela está abrindo franquia de uma loja de produtos de banho, originária do Rio Grande do Sul, no shopping Müeller. “O Müeller é um shopping tradicional de Curitiba e que já está consolidado no mercado. Acredito que isto vá ajudar na consolidação de minha loja”, conta. “Sou principiante no setor de franquias, mas me preocupei em abrir uma franquia que oferecesse produtos diferentes e que com certeza devem agradar ao público curitibano.”

Investimento

Apostando no mercado paranaense, a Arte Cerâmica, empresa responsável pela Franquia Tok incluiu o Paraná no plano de expansão nacional do seu sistema de franchising no segundo semestre de 2003. A bandeira pretende abrir duas novas lojas no Estado, com previsão de gerar 30 novos empregos diretos e mais de 100 indiretos. O investimento estimado é de R$ 300 mil. Outra franquia que está investindo na região é a Golden Services, holding responsável pelas bandeiras Sapataria, Engraxataria, Costura, Bordados e Lavanderia do Futuro, que pretende abrir 50 oportunidades de emprego e investir cerca de R$ 1 milhão, com abertura de seis novas lojas.

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