Frango é o vilão da inflação em agosto, informa Fipe

A exemplo do que tem sido visto nos recentes índices de inflação, os preços de Alimentação foram o destaque do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na capital paulista no fechamento de agosto, com alta de 0,92% ante 0,21% em julho. O IPC geral fechou agosto em 0,39%, com contribuição de 0,2 ponto porcentual do Grupo Alimentação, ou 53,28% do índice.

De acordo com o coordenador do IPC-Fipe, Antonio Evaldo Comune, as maiores pressões de Alimentação vieram do subgrupo semielaborados (2,17%), sobretudo do item frango. Com alta de 5,50%, frango liderou o ranking dos itens que mais contribuíram para a inflação em agosto. “Frango foi o vilão do mês”, disse Comune.

O comportamento dos cortes bovinos também chamou a atenção em agosto. “Parece que chegou a entressafra de carnes. Vemos que os cortes estão com alta clara”, comentou Comune. Carnes bovinas subiram 1,90% em agosto, lideradas por filé mignon (3,97%) e patinho (3,93%). Arroz avançou 3,38%, ajudando na inflação de 2,48% de cereais.

O coordenador do IPC-Fipe destacou o aumento de 50,71% dos preços de limão entre as altas individuais do grupo Alimentação. “Está entre os top five (entre as cinco maiores elevações)”, afirmou. O coordenador do IPC-Fipe explicou que esse movimento, no entanto, tem impacto pequeno no IPC total – de apenas 0,02 pp – em função da participação pequena deste item no índice.

“Outro destaque foi açúcar (4,55%), que sobe em razão do mercado internacional”, disse Comune, explicando que o produtor prefere exportar o produto a vendê-lo no mercado interno atraído pelas elevadas cotações.

Alimentação vem registrando avanço paulatino nas últimas quadrissemanas. Após subir 0,21% em julho, avançou 0,25%, 0,57% e 0,81% nas quadrissemanas de agosto para fechar o mês em 0,92%. Na previsão da Fipe, o grupo deve continuar subindo, batendo o pico de 1,02% na primeira quadrissemana de setembro, retomar o nível de 0,92% na segunda leitura e desacelerar a 0,83% na quadrissemana seguinte. No fechamento do mês, a alta prevista é de 0,85%.

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