Fórum discute ações para combater roubo de carga

Definição de ações conjuntas no combate ao roubo de cargas é o principal objetivo do Fórum de Debates sobre Segurança nas Estradas, que acontece hoje, a partir das 14h, na sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar), em Curitiba. No Brasil, o crime representa 70% dos problemas do transporte de cargas rodoviárias. Só no ano passado, foram registradas mais de 3 mil ocorrências, causando prejuízos superiores a R$ 1 bilhão às transportadoras – o dobro do registrado em 2001. Em 95, as perdas não chegavam a R$ 200 milhões.

No Paraná, não há uma estatística completa dos casos de desvio de cargas, comenta o superintendente do Setcepar, Ricardo Mac Donald Ghisi. “Existem vários organismos atuando, que não se comunicam”, relata. “O objetivo do fórum é servir de instrumento para haver um compartilhamento de informações e que a inteligência das operações seja em conjunto com todas as entidades envolvidas”, explica.

Embora o ex-presidente FHC tenha criado forças-tarefa contra o crime organizado em alguns estados, o resultado no Paraná ainda está “muito incipiente”, aponta Ghisi, ressaltando que “o roubo de cargas normalmente é feito por quadrilhas especializadas ligadas ao tráfico de drogas”. “Vamos aproveitar que o novo governador quer projetos novos na área de segurança e o governo federal quer uma política nacional baseada em informação e inteligência de todas as forças policiais que combatem a criminalidade”, enfatiza.

Por causa do crescimento dos casos de roubo de cargas -e por conseqüência, dos prejuízos – as seguradoras aumentam o prêmio do seguro. “Além disso, qualquer empresa que transporta bens valiosos precisa de gerenciamento de risco e para fazer o seguro, tem que pagar uma franquia de 10% a 15%”, cita o superintendente do Setcepar. Das cerca de 50 seguradoras brasileiras, apenas seis fazem apólices que cobrem roubo de cargas.

O fórum será aberto com uma palestra do coronel Paulo Souza, assessor de segurança da NTC (Associação Nacional dos Transportadores de Cargas), seguida de exposições de Ramartis Fávero, da Promotoria de Investigações Criminais (PIC); do comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Mario Sergio Nicolau; do delegado geral da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira; do superintendente da Polícia Federal, Juliano Maciel; e do superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Hélio Cardoso Perenne. O governador Roberto Requião também foi convidado.

“Ao final, pretendemos tirar um documento de trabalho para podermos aprimorar o sistema de repressão ao roubo de cargas, violência contra caminhoneiros e os demais crimes envolvendo as estradas”, informa Ghisi. “A idéia é fazer com que as forças policiais apresentem ações conjuntas que, além de elucidar os fatos, desemboquem em condenações”.

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