FMI vê riscos em programa de resgate de Portugal

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou hoje que o programa de reforma associado ao resgate de 78 bilhões de euros para Portugal “impõe riscos importantes” e pode fracassar em aliviar as preocupações com a dívida soberana. “As medidas políticas anunciadas e a credibilidade fornecida pelo programa apoiado pelo Fundo podem fracassar em aliviar as preocupações com a dívida soberana, com um impacto adverso sobre as perspectivas de financiamento do governo”, afirmou uma equipe do FMI em relatório datado de 17 de maio, mas publicado no site do fundo somente na noite de ontem.

O relatório – que não reflete necessariamente as visões do conselho executivo do FMI – acrescenta que, “em particular, os riscos de refinanciamento gerados pelo fechamento ou a contração do mercado de títulos do Tesouro representa um risco de refinanciamento de curto prazo para o governo”.

Também foi destacado no relatório que um crescimento econômico menor do que o esperado pode piorar a situação da dívida pública. Maiores custos de financiamento, rebaixamentos de rating (nota), aumento dos empréstimos inadimplentes e prejuízos em carteiras podem gerar pressões de liquidez e solvência sobre os bancos, segundo o FMI.

O FMI é responsável por 26 bilhões de euros do pacote de ajuda a Portugal, enquanto a União Europeia (UE) é responsável por 52 bilhões de euros. Os credores internacionais delinearam uma série de medidas de austeridade e reformas que serão necessárias em troca dos empréstimos.

Ontem, o Ministério de Finanças português esboçou 213 medidas relacionadas ao pacote de resgate que terão de ser implementadas neste ano. Apenas neste mês, o governo vai implementar 13 medidas, em julho serão 11 e em setembro, 80. As informações são da Dow Jones.

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