FMI pede US$ 1,2 trilhão contra a recessão

No dia em que foi divulgado que o Japão caiu em recessão técnica no terceiro trimestre, seguindo o mesmo anúncio para a zona do euro, na semana passada, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, voltou a defender o uso de até 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ou US$ 1,2 trilhão, de estímulo fiscal para estancar a espiral recessiva que tomou conta da economia global. “É hora de usar todos instrumentos”, disse Strauss-Kahn, numa conferência em Trípoli, na Líbia. O diretor-gerente do FMI pediu o emprego “maciço” e coordenado de políticas orçamentárias para superar a crise, além de defender novos cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

Com o anúncio feito pelo Japão, já praticamente não restam dúvidas de que o mundo rico está entrando numa das piores fases econômicas do pós-Guerra. Segundo o FMI, as economias avançadas devem ter um recuo do PIB de 0,3% em 2009, fato que não ocorreu nenhuma vez desde 1980 (quando se inicia a série do site do Fundo) até hoje. O PIB japonês recuou 0,4% nos três meses de julho a setembro, em termos anualizados, depois de ter caído 3,7% no segundo trimestre.

Os Estados Unidos ainda não entraram em recessão “técnica” – dois trimestres de queda do PIB -, já que a economia caiu 0,3% no terceiro trimestre em termos anualizados, mas havia crescido 2,8% no segundo. Para a maioria dos economistas, porém, a recessão americana é inevitável. A queda no mundo rico deve trazer o crescimento global em 2009 para próximo do intervalo de 1% a 2%. “A grande discussão agora é sobre o tamanho da queda do mundo desenvolvido”, diz Alexandre Pavan Póvoa, diretor-executivo do Modal Asset Management. Segundo ele, os especialistas dividem-se entre dois cenários principais. Há aqueles, como o próprio Póvoa, que prevêem que os países ricos tenham crescimento levemente negativo, próximo de zero, em 2009, e outros que projetam uma queda drástica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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