FMI está disposto a renovar acordo

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Jorge Marquez-Ruarte, disse ontem que o organismo pode estar disposto a renovar o acordo de financiamento ao país, que vence no final do ano, acrescentando que essa decisão cabe ao governo brasileiro. Questionado por jornalistas se a missão está discutindo com o governo uma possível renovação, Marquez-Ruarte, que está em Brasília para uma nova revisão do acordo em vigor, afirmou que “ainda não”.

“É o governo que tem que decidir o que fazer. Estamos sempre dispostos a apoiar o que o governo quiser fazer”, disse ele ao deixar o Ministério da Fazenda, onde sua equipe esteve reunida com técnicos do Tesouro Nacional, ontem.

O diretor-gerente do FMI, Horst Koehler, disse em junho, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Washington, que a renovação do acordo seria discutida em julho ou agosto. Na ocasião, ele deixou aberta a possibilidade de renovação.

O mais recente acordo do Brasil com o FMI, no valor de 30 bilhões de dólares, foi acertado em setembro de 2002 e tem o prazo de um ano. Desde então, já foram feitas três revisões do programa, e o país já sacou US$ 19,3 bilhões.

Ainda é cedo

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse que a renovação do acordo entre o Brasil e FMI (Fundo Monetário Internacional) não faz parte dessa quarta revisão do acordo entre as duas partes. Mantega afirmou que é muito cedo para discutir se o Brasil renovará ou não o acordo com o fundo que vence no fim deste ano.

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto, disse ontem que o país está muito tranqüilo com o sucesso dessa missão pois “fez sua lição de casa”.

Entre as metas cumpridas estão o superavit primário e o balanço de pagamentos. Canuto disse que é cedo para dizer ser o Brasil sacará ou não a nova parcela do empréstimo prevista no acordo fechado no ano passado, já que primeiro o fundo precisa avaliar os números internos do país.

Argentina

O FMI aprovou ontem a terceira revisão de um acordo de curto prazo com a Argentina, que vence no final de agosto, e desembolsará para Buenos Aires US$1,05 bilhão de dólares imediatamente, anunciou o Ministério da Economia.

“As Autoridades do FMI entraram em contato nesta segunda-feira, em Montreal (Canadá), com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, a quem anunciaram a aprovação da terceira revisão (do acordo vigente) e a liberação ainda hoje (ontem) de 1,05 bilhão de dólares”, disse à imprensa o porta-voz ministerial Armando Torres.

Uma delegação do FMI começará a discutir hoje com as autoridades argentinas um novo acordo de três anos.

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