FMI aprova contas, mas Palocci não confirma saque

Brasília – O chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), Jorge Marquez-Ruarte, que finalizou ontem a penúltima revisão do acordo de US$ 30 bilhões, assinado no ano passado com o Brasil, e anunciou que vai recomendar à direção do organismo multilateral, em Washington, EUA, que aprove, em setembro, a execução do programa pelo governo brasileiro. A aprovação dará direito ao país sacar mais US$ 4 bilhões aproximadamente do empréstimo.

Mesmo com a sinalização de Ruarte, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não quis confirmar se o Brasil irá sacar a nova parcela do empréstimo. Segundo o ministro, em respeito à direção do organismo, não seria possível anunciar antes da aprovação da revisão qualquer posição.

Palocci afirmou, também, que só em outubro o governo deverá decidir se pedirá ao FMI a renovação do acordo. Segundo o ministro, do ponto de vista da necessidade de financiar as contas externas, não “parece que seja insuperável, mas isso não quer dizer que sejam descartados” (os recursos).

Em relação à revisão desta semana, Ruarte informou que não houve alteração nas metas fiscais acertadas entre o governo e Fundo. Disse, ainda, que não conversou com a equipe econômica sobre um novo acordo, já que o atual está em curso.

Sobre a possibilidade de se retirar do cálculo do superávit primário os investimentos das estatais, o que facilitaria o cumprimento da meta, hoje em 4,25%, o chefe da missão do FMI negou que esse tema tenha sido colocado na pauta de negociações.

O técnico voltou a elogiar, no entanto, a política econômica do governo e mostrou otimismo sobre o crescimento neste ano. “Esperamos um aquecimento no final do ano, que aumente em 2004 e continue subindo em 2005.

Ele lembrou que os números convergem nessa direção, as taxas de juros estão baixando e a inflação caminha em direção à meta do governo.

Sobre as discussões e as alterações nas reformas da Previdência e tributária, o chefe da missão afirmou que isso não é importante para o Fundo, mas sim que o governo consiga implementá-las. “É importante que as reformas prossigam, com os princípios básicos, mas a forma específica é algo que o governo e o Congresso Nacional têm que decidir.”

Ele lembrou que o dinheiro emprestado pelo fundo é usado para a estabilidade fiscal e não são para desenvolvimento e investimento. “Reforçam as reservas do país e, lógico, que eles ajudam o equilíbrio macroeconômico e não hesitaremos em fazê-lo.”

A respeito desse assunto, Palocci enfatizou, no entanto, que é importante notar que existe um empenho de todo o governo para encontra mecanismos para estimular o crescimento. “O equilíbrio econômico obtido até agora nos permite buscar mecanismo e incitava que vão responder ao crescimento.”

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