FMI anuncia US$ 4,6 bi de recursos ao Brasil

Washington

– O Fundo Monetário Internacional anunciou ontem que a segunda revisão do acordo com o Brasil foi concluída com sucesso. A aprovação abre o caminho para o desembolso, em meados de março, de uma parcela de US$ 4,6 bilhões, prevista no pacote de ajuda financeira concedido em setembro do ano passado pelo organismo. O porta-voz do FMI Tom Dawson afirmou a repórteres que o Brasil cumpriu as metas econômicas definidas no acordo, que garantiu US$ 30 bilhões ao País, em meio às turbulências eleitorais do ano passado.

“A missão que concluiu a discussão e a segunda revisão do acordo voltou do Brasil na semana passada, após terminar as discussões com sucesso”, afirmou Dawson. “Um encontro da diretoria (do FMI) está marcado para meados de março.” O Brasil tem cumprido com folga as principais metas estabelecidas com o FMI. No início deste ano, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu para este ano uma meta de superávit primário de 4,25 por cento do PIB, acima dos 3,75 por cento do PIB estabelecidos inicialmente no acordo com o Fundo.

O Fundo destaca o “histórico de compromisso e firme comportamento” das autoridades brasileiras na hora de cumprir os compromissos adquiridos com este organismo e dá como exemplo o novo objetivo de superávit. O Brasil conseguiu um superávit primário recorde de RS$ 8,463 bilhões (cerca US$ 2,4 bilhões) em suas contas públicas em janeiro, primeiro mês do governo de Lula. O governo brasileiro se comprometeu com o FMI de alcançar este ano um superávit primário equivalente a 4,25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

A respeito do índice de inflação no Brasil, que subiu 2,2 por cento em janeiro, quatro vezes mais que o mesmo mês do ano passado, Dawson informou que é uma questão da qual o FMI está pendente, mas reiterou “o compromisso do governo do país com algumas políticas macroeconômicas sólidas” que permitam manter a situação sob controle. Em 2002, a inflação no Brasil fechou o ano em 12,53 por cento, a maior desde 1995, e a meta de Lula é que esse índice caia para 8,5 por cento até o fim deste ano.

A missão do Fundo avaliou muito positivamente as medidas adotadas pelo Brasil para promover suas exportações, que o Governo deste país pretende aumentar em 10 por cento com relação a 2002, quando alcançou um superávit comercial de US$ 13,13 bilhões de dólares. A delegação do FMI concluiu na semana passada sua revisão do acordo que permitiu ao Brasil ter acesso a um empréstimo de US$ 30,7 bilhões em setembro. O Brasil usou US$ 6,1 bilhões em 2002 e tem direito a retirar, até setembro próximo, os outros US$ 24,6 bilhões. O acordo, que é a maior ajuda financeira concedida individualmente pelo FMI a uma nação, constituiu uma blindagem para o Brasil frente às turbulências no ano passado.

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